A carabina tige, ou Thouvenin foi um passo intermediário na descoberta de uma arma raiada eficiente. Como as armas eram de carregar pela boca, a bala, para facilitar o carregamento, tinha que ter um diâmetro inferior ao do cano, impossibilitando o forçamento (encaixe), nas raias, necessário para fazer o projétil girar e lhe dar estabilidade. Aumentar o diâmetro da bala tornaria o carregamento lento e complicado, como no caso da carabina Baker. Uma das soluções encontradas foi a Thouvenin, modelo 1846. Nesta, a culatra tinha uma haste (tige, em francês), no fundo do cano, em torno da qual ficava a pólvora do cartucho. Ao colocar o projétil (de ponta ogival), o soldado dava com a vareta uma pancada forte sobre a bala de chumbo macio. Isto deformava o projétil sobre a haste (tige) e fazia com que o mesmo se encaixasse nas raias.
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Projétil, alma, cano e culatra de arma tige.Observar a alça de mira, que pela primeira vez tornava-se necessária em uma arma de uso geral. |
A tige foi usada de forma limitada no Brasil a partir de 1851 (quando foram compradas para a campanha contra Rosas). Equiparam apenas o 1º Batalhão de Infantaria – curiosamente uma unidade de fuzileiros e não de caçadores, que normalmente receberiam carabinas.
O Relatório do Ministério da Guerra de 1852 mencionava a idéia de se equipar uma companhia de cada batalhão de Infantaria com elas, o que aparentemente não foi feito, mas as armas continuaram em uso pelo menos até o início da guerra do Paraguai. O laboratório do Campinho, em 1866, ainda preparou 109.000 cartuchos para ela, devendo este ser o último ano em que ainda estava em uso. Foi substituída pelas armas do sistema minié, que não apresentavam os inconvenientes dessa arma, como a necessidade de deformação manual do projétil e a dificuldade de limpeza da arma em torno da haste da culatra.
Carabina Tige Dados técnicos: |
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Calibre: |
17,8 mm |
Comprimento: |
126,2 cm |
Peso: |
4,46
kg |
Raias |
4 a esquerda |
Alça |
150 a 1000 m |
Alcance útil: |
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Cadência de fogo: |
2-4 tiros por minuto |
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