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Letra "B" - besta. Gramática de João de Barros, 1539

Observamos que os termos usados para designar as armas ao longo de todas as páginas do sítio  são aqueles aprovados para a Classe "Caça e Guerra" no Thesaurus de Acervos Museológicos (ver bibliografia), de Helena Ferrez e Maria Helena Bianchini, o qual transcrevemos em outra parte deste sítio (ver Thesaurus), acrescidos de outros mais especializados, especialmente no campo da artilharia, pois aproveitamos parte de um trabalho de nossa autoria: a Ficha do Inventário Nacional de Material de Artilharia - Manual de Preenchimento (Brasília : IPHAN, 2000).

As definições do glossário foram obtidas em muitas fontes, mas a principal obra consultada e citada é o Diccionário Téchnico Militar de Terra (ver bibliografia).

 

ÍNDICE ALFABÉTICO DAS DEFINIÇÕES
   A       B       C       D       E       F       G    H    I   
J K    L       M    N    O       P       Q       R   
   S       T    U    V       W    X Y    Z   

Definições

Acessório da armaria - qualquer ferramenta ou petrecho, não pertencente a uma arma, mas que é necessário ao seu funcionamento ou manutenção.

Acessório de munição - qualquer ferramenta ou petrecho, usado na manutenção de uma munição, mas não no seu funcionamento direto.

Acha - arma com feitio de machado, o mesmo que acha-de-armas.

Aço - Liga de ferro e carbono (teor de carbono variável entre 0,008% e 2,000%). que pode conter, outros elementos residuais resultantes do processo de fabricação.

Adaga - termo genérico indicando arma branca, curta, com um ou dois gumes e terminando em ponta.

Adarme - unidade de peso arcaica, equivalente a meia oitava ou seja, 1,793 gramas. Em armas de fogo portáteis, o termo era usado para indicar o calibre da arma em relação ao número de projéteis esféricos de chumbo que podiam ser fabricados por cada libra de chumbo. Assim, uma arma de adarme (ou calibre) 12, disparava um bala de 38 gramas (459g/12=38,25g). Desta forma, quanto maior o adarme, menor o calibre: adarme 12=19 mm, adarme 17=17,5 mm e assim por diante. Este sistema de medição de calibres ainda é usado em armas de caça de cano liso.

Agulheta - pequena agulha usada na limpeza dos ouvidos das armas portáteis de carregar pela boca.

Alabarda - combinação entre machado e a lança, consistindo de uma haste longa, terminada em ponta, tendo esta uma lâmina e gancho perpendiculares.

Alçapão - armadilha para apanhar pássaros.

Aljava - estojo para colocação de flechas ou virotes.

Alma - "vazio interior cilíndrico, liso ou raiado das armas de fogo, destinado a receber a carga, resistir aos gazes produzidos pela combustão da pólvora e dirigir o projétil".

Almotolia - pequeno vaso para colocação de líquidos lubrificantes.

Arapuca - armadilha para apanhar pássaros.

Arcabuz - nome derivado do alemão Hakenbuche - arma com gancho. Este tipo de arma foi usado entre os séculos XIV e XV, sendo o nome usado nos séculos XVII e XVIII para indicar um tipo de arma leve, que podia ser disparada sem o uso de uma forquilha.

Archa - espécie de alabarda com duas lâminas (sem o gancho) e uma ponta.

Arco - peça formada por uma haste flexível cujas extremidades estão ligadas por uma corda ou correia, compondo com a flecha uma arma de arremesso.

Arma - instrumento ou engenho de ataque ou de defesa. Por extensão, qualquer coisa que sirva para um desses fins.

Arma branca - termo genérico que indica as armas feitas de metal e que causam danos pela ação de um gume ou ponta, sendo que a força motriz é somente humana. Contrapõe-se a arma de fogo, que arremessa o projétil impelindo-o por meios artificiais, usualmente químicos.

Arma branca de arremesso - aquela que não sendo arma de fogo, é lançada a distância.

Arma branca de choque - arma branca usada em combate aproximado, corpo-a-corpo.

Arma branca de haste - conjunto das armas brancas compostas por uma lâmina ou ponta, uma haste de madeira ou metal com mais de um metro, e que não pode se destina a ser arremessada.

Arma de arremesso - aquela que não sendo arma de fogo, lança projéteis a distância.

Arma de choque - armas que causam dano pelo impacto (choque) direto contra o alvo, sem serem arremessadas.

Arma de fogo - toda aquela que funciona mediante a deflagração de uma carga propelente, explosiva ou não, pela qual é lançado no ar um projétil.

Arma de fogo portátil - arma de fogo que pode ser transportada, manejada e operada por uma só pessoa.

Armadura - conjunto das peças que protegem diretamente o corpo de um homem ou animal.

Arpão - arma de arremesso ou de haste com ponta farpada.

Arrobas - Unidade arcaica de peso, equivalente a 14,689 kg.

Atiradeira - Forquilha de madeira ou de metal, munida de elástico, com que se atiram pequenas pedras, e usada geralmente por crianças para matar passarinhos.

Azagaia - lança curta que pode ser usada tanta como arma de arremessou ou de choque.

B

Bacamarte - qualquer arma de fogo com a extremidade do cano mais larga do que a culatra.

Bacinete - capacete de copa oval, inicialmente forjado de uma só peça, daí o nome de bacinete - pequena bacia. No século XIV passou a receber uma viseira retrátil.

Bainha - estojo longitudinal em que se mete a folha de uma espada ou outro objeto análogo para que este não embote ou oxide.

Baioneta - termo genérico para a arma branca que se adapta na extremidade da arma de fogo, para o combate de choque. A verdadeira baioneta não tem gume, ferindo somente pela ação da ponta. Hoje em dia esta arma é chamada de sabre pelo exército.

Bala - projétil esférico, alongado ou ogival com que se carregam as armas de fogo. Também usado para indicar o projétil e o cartucho juntos. Termo abandonado pelo exército hoje em dia.

Bala de festim - cartucho carregado com pólvora ou outro propelente, mas sem projétil, para gerar o som e a fumaça do disparo.

Bala encadeada - projétil de artilharia lisa formado por duas balas rasas ou por uma bala rasa cortada em duas, sendo estas duas peças ligadas uma a outra por uma corrente. Usada contra massas de soldados ou velame de navios.

Bala Rasa - projétil de ferro sólido, esférico, disparada de canhões lisos. Durante algum tempo também se conheceram alguns projéteis sólidos de artilharia raiada como balas rasas.

Balim - bala pequena, esférica, normalmente sendo termo usado para indicar um dos componentes de projétil de fragmentação, como a lanterneta e o shrapnel.

Banco de Prova - local ou instituição onde eram testados as armas de fogo, recebendo então a aprovação para uso, normalmente em forma de uma marca colocada sobre o cano.

Bastarda - espada longa (cerca de 1,2 metro), mas de comprimento inferior ao espadagão de brecha (ou espada de duas mãos). Com punho longo o suficiente para ser manejado com a mão esquerda no pomo, para auxiliar no golpe. Também conhecida como espada de mão-e-meia.

Bazuca - arma antitanque composta por um tubo aberto em ambas as extremidades e de grande calibre, no qual se coloca um foguete (rojão), projétil autopropulsado. Conhecida no exército como lança-rojão.

Berço - peça de madeira que serve de reparo para os morteiros antigos. Em reparos fixos, é a parte que fica sobre o corpo do reparo e onde se coloca o canhão. O conjunto berço/canhão se deslocando com o recuo.

Besta - arma de arremesso, composta de um arco preso transversalmente a uma coronha e que disparava pelouros (balins) ou virotes (setas).

Boca - "abertura por onde a bala entra e sai, na artilharia, no canhão e também no fuzil antigo".

Boca-de-fogo - "diz-se genericamente com relação ao armamento de grosso calibre, quer dizer, canhões, obuseiros, morteiros, pedreiros, etc."

Bodoque - arco que disparava balins de barro endurecido ou pedras ao invés de flechas.

Bolada - "tronco de cone que vai dos munhões à boca", no canhão.

Boldrié - correia ou presilha de couro para prender, a tiracolo, uma arma branca.

Bomba - Esfera de ferro fundido, oca, contendo pólvora. Lançada por um morteiro de artilhara lisa, arrebenta quando a espoleta de tempo comunica fogo à carga. Diferencia-se da granada de artilharia lisa por seu calibre maior e por ter duas alças ao lado do ouvido, por onde a bomba é suspensa, para o carregamento no morteiro.

Borduna - espécie de clava usada por índios brasileiros, usualmente com a cabeça em forma de remo.

Borgonhesa - capacete de ferro, de copa oval, dotado de cimeira, pala, orelheiras e cobre-nuca. Apresentava um visor ou, por vezes, uma estreita baveira (proteção para o nariz).

Botafogo - "Pau que tinha na ponta o pedaço de morrão com que se lançava fogo à peça de artilharia".

Bronze - designação genérica de diferentes ligas à base do cobre. Na artilharia lisa o bronze era composto por cerca de 90% de cobre com 10 % de estanho, variando estas proporções em até 5 % do total, de acordo com o fundidor e com as impurezas da mistura.

Broquel - escudo antigo, redondo e pequeno.

C

Cacho de uva - projétil de artilharia lisa composto de balins presos a uma estrutura de madeira e couro. Após o disparo o projétil se desmancha, espalhando os balins.

Calibre - "diâmetro de uma arma de fogo, tamanho de sua boca". "Na artilharia lisa, foi também o peso do projétil em libras". No caso de canhões raiados o calibre é medido pelo diâmetro do círculo inscrito, ou seja, a menor medida do interior do cano

Calibres - comprimento da alma de uma boca-de-fogo expresso pelo número de diâmetros de sua boca que podem ser contidos ao longo da alma. Ou seja, mede-se o comprimento da alma, dividindo-se em seguida pelo calibre.

Câmara - "cavidade de menor diâmetro que existe no fundo da alma e serve para receber a carga de pólvora dos obuses, morteiros, pedreiros, etc.".  Também são conhecidos como câmara a cavidade existente no interior das granadas e bombas e o espaço onde  ocorre a detonação de um cartucho em uma arma de fogo

Câmara de explosão - o mesmo que câmara .

Canhão - "arma de fogo usada pela artilharia e destinada a lançar diversos projéteis por meio de pólvora, ar comprimido ou eletricidade(... ) exigindo para serviço o emprego de aparelhos, homens e animais". Peça de artilharia de tiro tenso. Na artilharia lisa os canhões eram as peças mais longas.

Canhão antiaéreo - peça de artilharia longa, de tiro tenso, com reparo que permite grandes elevações, móvel ou, mais raramente fixa, usada contra aviões.

Canhão anticarro - canhão de cano longo, tiro tenso, reparo leve, móvel e de baixa altura, destinado a ser empregado contra carros de combate.

Canhão antitanque - o mesmo que canhão anticarro.

Canhão antitorpédico - peça de artilharia de pequeno calibre e alta cadência de tiro, usado em navios e fortificações costeiras para repelir ataques de lanchas torpedeiras.

Canhão de bater - canhão pesado utilizado contra fortificações, para derrubar muros, abrir brechas, etc. No século XVIII o canhão de 24 libras de calibre  recebia este nome.

Canhão de costa - peça de artilharia, normalmente fixa, usada na defesa costeira.

Canhão de praça - canhão mais pesado que o normal, normalmente em reparos fixos ou pouco móveis, usado em fortificações.

Canhão de salva - pequeno canhão  para dar salvas, ou seja, "descargas de artilharia ou qualquer outra arma de fogo que se faz ao mesmo tempo ou com intervalos, em honra de um personagem, de um pavilhão estrangeiro, para saudá-lo, para celebrar uma vitória, para render honras fúnebres".

Canhão de sítio- canhão de grosso calibre usado para atacar fortificações.

Canhão Paixhans - canhão construído de acordo com o sistema Paixhans .

Canhão revólver - canhão de pequeno calibre, com múltiplos canos girando em torno de um mesmo eixo, a semelhança de um revólver, usado no último quartel do século XIX.

Canhão sem recuo - peça de artilharia em que as forças do recuo são compensadas pelo emissão de gases no sentido contrário ao do movimento do projétil, ficando o tubo parado (sem recuo) durante o disparo.

Canhão-obus - canhão  que disparava obuses, o mesmo que canhão Paixhans .

Canhão-pedreiro - tipo de canhão  que dispara balas de pedra. O mesmo que roqueira  ou pedreiro .

Canhoneira - "abertura, espaldão, parapeito ou flanco de navio, onde se põem o canhão, proporcionando a peça e serventes maior cobertura possível(...)".

Capacete - proteção para a cabeça, metálica ou não.

Capacete de armadura - proteção para a cabeça que integra um conjunto de outras proteções, formando uma armadura.

Capacete de combate - capacete de metal ou fibra sintética usado na cabeça para proteção contra estilhaços de artilharia.

Carabina - arma de fogo mais curta que a espingarda, tendo entre 1,0 e 1,2 metro de comprimento. Se arma militar, é equipada com baioneta. Hoje em dia, esta arma, no exército, é conhecida como Fuzil.

Carabina-bengala - carabina oculta em uma bengala.

Carabina-revólver - carabina com mecanismo de repetição baseado em um revólver.

Caronada - "canhão curto e de pouca espessura, muito leve e de alma lisa, sem munhões, de fácil manobra, movendo-se sobre um ferrolho abaixo de seu centro, empregando projéteis ocos e cheios, usado na marinha e flancos de fortificações, e muito em voga até a guerra da Criméia. Deriva seu nome de Carron, na Escócia, onde se fabricaram as primeiras caronadas ou carronadas".

Carregador de cartucho - o mesmo que carregador ou pente de munição/balas. Pequena caixa ou tira, de metal, pano ou matéria plástica, onde se colocam os cartuchos necessários ao funcionamento de uma arma.

Carreta - o mesmo que reparo. No Brasil, usava-se o termo para designar especificamente o reparo de marinha de artilharia lisa. Tipo de reparo muito usado em fortificações até o início do século XIX.

Carronada - o mesmo que caronada.

Cartucheira - banda ou estojo, de couro ou tecido, onde se colocam os cartuchos.

Cartucho - carga para uma arma de fogo, envolta em papel, cartão, pano ou folha metálica.

Cassetete - cacete curto, de madeira, metal ou borracha, usualmente empregado por policiais.

Cavilha de vareta - acessório de armaria, peça metálica usada perpendicularmente nas extremidades de varetas de armas de antecarga, para auxiliar na remoção de balas encravadas ou outras obstruções no cano da arma.

Celada - capacete cuja copa se alonga na parte posterior, formando uma espécie de cobre nuca inteiriço, tendo na altura dos olhos duas aberturas horizontais.

Cerco - "assédio, sítio, bloqueio de praça ou fortaleza". Diz-se que um peça de artilharia é de cerco quando ela é de grande calibre e usa reparo reforçado.

Chave de pistão - acessório de armaria, pequena chave de boca, as vezes com uma agulheta na outra extremidade, usada para remover o pistão das armas de fulminante.

Chuço de abordagem - arma de haste com uma ponta e, as vezes, um gancho, a semelhança de um croque. Usada pelos tripulantes de embarcações em abordagens.

Chumbeiro - estojo de couro ou madeira para colocação de chumbo de caça.

Clava - nome genérico das armas de concussão formadas por uma haste não muito longa, de madeira ou metal, usualmente com uma das extremidades mais pesada que a outra, sendo esta extremidade guarnecida, ou não, por peças de pedra ou metal.

Clavina - arma de fogo longa, com comprimento próximo ou inferior a um metro, normalmente tendo com um gancho ou argola no lado esquerdo, para prendê-la na sela do cavaleiro. Usada por homens a cavalo, normalmente não tem baioneta. Este termo, no século XX, foi substituído por mosquetão.

Claymore - espada típica de origem escocesa, originalmente era uma arma longa, para uso com duas mãos, tendo a cruzeta terminada em decoração simulando um trevo. Posteriormente o termo passou a ser empregado para designar um sabre ou espada com comprimento assemelhado as espadas em uso hoje em dia, com uma guarda complexa, de formato específico.

Cobre-mira - acessório de armaria. Peça de couro ou metal, usada para proteger a alça de mira ou o mecanismo de uma arma de fogo (neste último caso, sempre é de couro).

Cocharra - "peça da palamenta, espécie de colher que recebe o cartucho e o leva à camara das bocas de fogo que a possuem, servindo também para descarrega-la, e as vezes para limpar as paredes da alma, substituindo a rascadeira. Na outra extremidade de sua haste está o saca-trapos".

Cofre de munição - caixa de madeira ou metal onde se coloca a munição de uma arma automática, pronta para uso na arma.

Coldre - originalmente, sempre usado no plural - coldres - eram estojos de couro colocados nos lados da sela de um cavalo, para carregar o par de pistolas ou outro tipo de armas de um cavaleiro. Posteriormente passou a indicar um estojo de couro ou outro material, preso ao cinto, para colocação de revólver ou pistola.

Colubrina - tipo de canhão mais comprido que o normal, tendo mais de 25 calibres de comprimento. Originalmente era um tipo de canhão, de 20 libras de calibre.

Colubrina bastarda - colubrina  com menos de 30 calibres  de comprimento.

Colubrina legítima - colubrina  que tem mais de 30 calibres  de comprimento.

Cordel de limpeza (arma) - acessório de armaria. Tira de couro ou fibra vegetal, com uma peça metálica na extremidade, onde se prende uma escova ou outro acessório de limpeza. Usada nas armas de fogo para manutenção do interior dos canos, para não danificar o raiamento dos mesmos.

Corpo d'armas - proteção do corpo formada por uma túnica de couro, forrada ou não por algodão.

Cota de malha - armadura de couro sobre a qual eram costurados anéis ou pequenas chapas metálicas ou ainda, túnica formada por anéis de ferro entrelaçados.

Couraça - armadura para o peito e costas ou somente para o peito.

Couraça frontal - parte da armadura que cobre o peito. Também conhecida como peitoral.

Culatra - "parte posterior e reforçada dos fuzis e canhões"

Cunhete de munição - caixote de madeira, metal ou matéria plástica, algumas vezes forrado internamente, em que se acondiciona a pólvora e cartuchame. Também conhecido simplesmente como cunhete.

D

Dardo - pequena lança de arremesso.

Descavalgar - ato de desmontar uma peça de artilharia de seu reparo .

Diamante - agulha que se mete pelo ouvido da peça de artilharia lisa de carregar pela boca, para furar o cartucho ou limpar o ouvido.

E

Elmo - espécie de capacete largo que cobria a cabeça, repousando sobre os ombros.

Escarcela - parte da armadura que protege da cintura ao joelho.

Esclavônia - espada de lâmina larga e punho em forma de cesto. Inicialmente fabricada para uso dos guardas do Doge de Veneza, mas posteriormente usada por outras nacionalidades, havendo alguns exemplares no Brasil.

Escorva - "nome comum a todos os artifícios que se introduzem no ouvido de uma arma para comunicar fogo à carga".

Escova de limpeza (arma) - escova, normalmente com uma rosca em uma das extremidades para prender na vareta ou no cordel de limpeza, ou ainda, provida de uma haste, para limpeza do interior dos canos das armas.

Escovilhão - escova de cerdas grossas, presas a uma haste longa, usada para limpar a alma das bocas de fogo.

Escovinha - pequeno pincel, usado junto da agulheta, para limpar o ouvido das armas de pederneira.

Escudo - arma defensiva, de dimensões variadas e de forma circular, oval ou oblonga, mas que também pode apresentar outras configurações, e que normalmente se usava no braço esquerdo, preso por braçadeiras, para proteção individual.

Esmerilhão - ver espingardão.

Espada - arma de choque, formada por uma lâmina comprida, normalmente reta e pontiaguda, de ferro ou de aço, com gume em ambos os bordos. O Exército Brasileiro usa, incorretamente, este termo para designar os sabres de um só gume.

Espada baioneta - baioneta com lâmina cortante, de dois gumes.

Espada bastarda - o mesmo que bastarda.

Espada de instrução - espada de treinamento, pode ser de madeira ou outro material, mas não dispõe de ponta ou gume.

Espaldeira - parte da armadura que protege o ombro. Por extensão, parte da armadura que vai do ombro até a manopla. O mesmo que brafoneira ou rebraço.

Espingarda - arma de fogo, de cano comprido, portátil, tendo mais de 1,2 metro de comprimento.

Espingardão - antiga peça de artilharia. Espingarda pesada, usada com forquilha em trincheiras ou amuradas de navios. Também chamada de esmerilhão.

Espoleta - "artifício pirotécnico por meio do qual se opera a explosão da carga dos canhões e projéteis ocos".

Espoleteira - pequeno estojo de couro onde se guardavam as espoletas de uma arma de fulminante. O nome também designa um pequeno estojo colocado na coronha de algumas armas de fogo de caça, onde se guardavam espoletas.

Espontão - lança curta (com menos de 2,5 metros), com cruzeta, reminescente do pique. Era usado pelos sargentos e oficiais como insígnia de posto e arma de defesa até o século XIX.

Estilete - punhal de lâmina fina, sem gume, usado como instrumento perfurante.

Estojo (arma) - Quando se trata de munição, o termo é o mesmo que cartucho.

Estojo de limpeza - caixa, de formato especial, contendo peças de limpeza de armamento.

Estopim - acessório de munição, antigamente era uma mecha de pano embebida em uma mistura de queima lenta, para transmitir fogo a carga, em um tempo específico. Depois passou a ser um tubo de papel, pena ou metal, com composição que queimava com velocidade programada.

Estoque - espécie de espada comprida e reta, de seção triangular ou retangular, e que só fere com a ponta.

Estrepe - antiga peça militar de ferro, com pontas, e que quando é jogado no chão, uma das pontas sempre fica para cima, de forma a dificultar o avanço da cavalaria. Uma forma desta munição ainda é usada nos dias de hoje, sendo conhecida como "miquelão".

Explosivo - substância inflamável que pode produzir uma comoção acompanhada de detonação, produzida pelo desenvolvimento súbito de uma força ou a expansão súbita de um gás.

F

Faca - instrumento cortante, curto, composto de cabo e lâmina, reta ou curva, mas com apenas um gume.

Faca de caça - faca usada na perseguição, morte, esfoladura e preparo de animais selvagens.

Facão - faca longa, usada em combate e na caça ou como ferramenta para abrir picadas, cortar lenha, etc.

Falconete - "diminutivo de falcão; era uma bombarda de tiro direto usada do século XV ao século XVIII, algumas feitas para atirarem balas de metade do peso das do falcão; outras de ¼ de lb a 3 ou 4 lb. Seu peso era de cerca de 400 lbs [184 kg]. Seu comprimento de perto de 5 pés [165 cm]; outras havia de mais comprimento e peso; também se chamou de bombarda-alongada".

Ferro - metal, símbolo Fe, massa atômica 55,85. Em artilharia se empregaram o ferro forjado (quando o ferro do canhão era trabalhado a quente, por meio de golpes de martelo) ou o ferro fundido, quando este era aquecido até sua fusão, ligando-se com certa quantidade de carbono.

Fiador de arma - acessório de armaria. Cordão de couro, tecido ou outro material que, preso a arma, passava pela mão do operador, para que a arma não fosse solta acidentalmente.

Flambérgia - espada com gumes sinuosos. O mesmo que flamante.

Flecha - haste cuja extremidade dianteira é ordinariamente munida de uma ponta triangular chanfrada na base, enquanto a outra extremidade normalmente tem  empenagem. Só é utilizada em conjunto com o arco.

Florete - tipo de estoque curto, hoje em dia designa arma para prática da esgrima, tendo a lâmina seção prismática e um botão na ponta.

Foguete - projétil impulsionado por carga própria. O mesmo que rojão.

Foguete de iluminação - tipo de foguete cuja carga militar é composta por elementos químicos que geram luz.

Foice de guerra - arma de haste com lâmina curva, semelhante a uma foice.

Fôrma de balim - acessório de armaria. Estojo com cavidade central oca, na forma de um ou mais balins, usado na fundição de munição.

Fortaleza - "em fortificação é praça fortificada, conjunto de fortificações permanentes, tendo em regra, considerável extensão, todavia menor que a praça de guerra propriamente dita".

Forte - Obra fechada de fortificação permanente ou semi-permanente, de forma poligonal, maior que o reduto.

Fortificação - "ramo da arte da guerra que tem por fim organizar militarmente uma posição de modo tal que a tropa que a ocupa possa aí resistir". Termo genérico para todos os tipos de obras fortificadas.

Fortim - "forte de construção provisória, pequeno, servindo para defender uma posição estratégica, podendo ser ponto de apoio de tropas, tanto para avançar como para se por em retirada. Sendo uma fortaleza ou sistema defensivo um composto de vários fortes, aos menores, por se distinguirem dos maiores se dá o nome de fortim".

Funda - laço de couro, corda ou pano, com um recipiente na sua parte mediana, onde se coloca o projétil. Girando a funda, o atirar dispara o projétil se valendo da força centrífuga.

Fuzil-metralhadora - metralhadora portátil equipada com bipé e alimentada por carregar metálico.

Fuzil - peça metálica dos fechos de pederneira, que, ao ser percutida pelo cão com o sílex, produz faíscas que detonaram a escorva. Por extensão, toda arma com fecho de sílex. No Brasil, devido à influência francesa, o termo passou a indicar a espingarda de uso militar no final do século XIX.

G

Gládio - espada curta, com lâmina com lâmina mais delgada no forte do que na ponta.

Gorjal - parte da armadura que protege o pescoço. Posteriormente este nome foi dado a uma peça de armadura simbólica, em forma de pequena meia-lua, usada como insígnia de oficiais.

Granada - antiga designação para o projétil esférico, oco, que se enchia de pólvora a qual era detonada por uma espoleta de tempo. Usada por obuseiros de artilharia lisa Atualmente, todos os projéteis explosivos de artilharia raiada são chamados de granadas.

Granada de iluminação - granada cuja carga, ao invés de ser de material explosivo, é composta por substâncias que produzem iluminação no campo de batalha.

Granada de mão - granada de pequeno porte. São divididas, basicamente, em dois tipos: defensivas e ofensivas. As primeiras geram maior número de estilhaços em um raio maior de ação, enquanto as outras, com efeitos de menor alcance, podem ser arremessadas por um atacante, sem que seus efeitos o ameacem. Pode ser usada manualmente ou por meio de um fuzil.

Granada de trincheira - Até o início do século XX, indicava uma granada esférica muito pesada, a ponto de não poder ser atirada com a mão e que se deixava rolar muro abaixo em fortificações. Hoje em dia é o mesmo que granada de mão defensiva.

Granada Fulmígena - granada de artilharia carregada com produtos químicos para produzir fumaça ou gases tóxicos. Também chamada de granada de fumaça.

Greva - parte da armadura que protege a perna entre o joelho e o tornozelo.

Gribevaul (sistema) - sistema de fabricação de bocas de fogo, introduzido em 1765 na França, tendo em vista a diminuir o peso dos canhões e padronizar o material de artilharia daquele país. Algumas das modificações introduzidas por Gribevaul tornaram padrão em todos maiores exércitos do século XIX como pode ser deduzido de manuais de época.

Guarnições - (no plural) diferentes peças de metal que reúnem, reforçam e preservam as diversas peças da arma de fogo.

I

Iatagã -  tipo de sabre curto, com lâmina em dupla curva, usado por povos orientais. Por extensão, toda a arma de dupla curva.

Ivirapema - maça ou tacape indígena, usado em rituais antropofágicos.

L

Lança - arma de haste ou arremesso composta de uma haste de madeira ou metal, terminada em ponta perfurante de madeira, osso, pedra ou metal.

La Hitte (sistema) - sistema de colocação de raias  em canhões, inventado por Treuille de Beaulieu. Experimentado numa escola de artilharia dirigida pelo general La Hitte recebeu incorretamente no Brasil o nome de sistema La Hitte. Consistia na brocagem, em canhões de antecarga, de seis raias  profundas na alma . O travamento  do projétil se dava por meio de botões de metal macio presos no projétil e que se encaixavam nas raias.

Lanada - "Peça de palamenta, constando de haste que tem uma das extremidades envolta em pele de ovelha com a lã para fora e com qual se faz a limpeza da alma do canhão ou a refresca".

Lança rojão - o mesmo que bazuca. Arma composta de um cano leve, no qual se coloca um foguete (rojão), na ponta do qual há um granada. Por este ser autopropulsado, a arma não tem recuo, podendo ser usada do ombro de um homem a pé.

Lanterneta - tipo de metralha  feito de balins  de chumbo ou ferro colocados em uma caixa metálica, de formato cilíndrico, que se desfazia no momento do disparo, espalhando os balins.

Lavadouro - acessório de armaria, o mesmo que porta-pano.

Libra - o mesmo que arrátel. Unidade arcaica de peso, equivalente em Portugal a 459,05 gramas.

Lisa - diz-se da peça de artilharia que não tem raias .

M

Maça - bastão curto, de madeira ou metal, com uma das extremidades mais grossas, usado como arma de choque. Ver clava.

Machada - machado pequeno de cabo curto, Machado largo usado também como arma.

Machadinha - pequeno machado.

Machadinha de abordagem - pequeno machado usado pelos artilheiros dos navios a vela para o serviço das peças, cortar cabos e ganchos de abordagem e no combate corpo a corpo.

Machado de guerra - arma que normalmente tendo uma lâmina mais larga e cabo mais curto que o machado comum.

Machado de sapador - machado grande e pesado usado por soldados escolhidos ou por tropas de engenheiros, para executar trabalhos de sapa, destruir fortificações ou para o combate corpo a corpo. Posteriormente, no Brasil, transformou-se em insígnia, perdendo sua função utilitária.

Manopla - luva de ferro que fazia parte das antigas armaduras. O mesmo que guante.

Máquina de guerra - termo arcaico, que designava as armas, de fogo ou não, que só podiam ser usadas por um grupo de homens, devido ao seu peso.

Marcas de banco de prova - gravações feitas nas bocas-de-fogo para indicar sua aceitação para o serviço, variavam de acordo com o país.

Marcas de peso - marcas colocadas nas bocas-de-fogo para indicar seu peso. Até a introdução do sistema métrico decimal, eram marcadas as libras  que a peça pesava ou, mais usualmente o peso era inscrito na seguinte forma: "25-3-4", indicando a peça ter 25 quintais, 3 arrobas e 4 libras, ou seja, 1514,85 quilogramas (no caso de um canhão português).

Martelo de guerra - espécie de maça, com um travessão perpendicular a extremidade da haste, terminando este em ponta, gancho, bico ou chapa, semelhante a um martelo.

Mecha - o mesmo que morrão.  Pavio de fios torcidos, embebidos em produtos químicos que faziam com que o mesmo queimasse lentamente. Sua ponta, em brasa, era aplicada ao ouvido de armas para as disparar. Por extensão, todas as armas de fogo portáteis que usavam o morrão eram chamadas "de mecha".

Metralha - "projétil composto de balins de chumbo, pedaços de ferro, de forma e tamanhos irregulares, pregos, etc (...) Dá-se este nome às próprias balas ou biscainhas com que se carregam os canhões".

Metralhadora (máquina) - Arma de fogo longa que, aproveitando a expansão dos gases ou da força do recuo, realiza automaticamente o processo de alimentação de um cartucho na câmara, a detonação do mesmo e a sua ejeção. Antigamente as armas que usavam da força manual para realizar esse ciclo eram chamadas de metralhadoras, sendo estas conhecidas hoje como metralhadoras mecânicas.

Metralhadora antiaérea - metralhadora equipada de reparo antiáereo.

Metralhadora de mão - metralhadora de desenho mais simples e leve, normalmente menor do que um fuzil, destinada a ser usada por um só homem. Normalmente usa cartucho de pistola.

Metralhadora leve - metralhadora portátil, equipada com bipé. Normalmente pesa menos de 15 kg.

Metralhadora mecânica - arma de fogo de repetição, capaz de múltiplos tiros por minuto, onde o carregamento, disparo e ejeção dos cartuchos não era feito pela dos gases da detonação dos cartuchos, mas sim pela ação humana ou de um motor.

Metralhadora pesada - metralhadora equipada com reparo de tripé ou fixo. Tem mecanismos de refrigeração, ou canos mais resistentes, que permitem manter uma elevada cadência de fogo por períodos longos.

Metralhadora portátil - todas as metralhadoras construídas de forma a serem transportadas por um homem ou animal, sem necessidade de desmonte.

Mina - Engenho de guerra empregado em terra e mar, consistindo de uma carga explosiva dissimulada, enterrada, pendurada, flutuante ou submarina - esta última ancorada ou livre, que detona por ação mecânica, de tempo, magnética, por percussão ou por comando elétrico. Até o século XIX, o termo designava escavações cheias de explosivos feitas por atacantes por baixo de muralhas de fortes, para derrubá-los.

Mina aquática - mina usada para danificar ou afundar embarcações. Existem diversos tipos: de fundo, de ancoragem ou de deriva; de detonação mecânica, elétrica, sonora ou magnética; automática ou de comando. No século passado também eram conhecidas como "torpedos", porém essa denominação caiu em uso no Brasil após c. 1880.

Mina terrestre - artefato explosivo usado para matar, ferir ou incapacitar indivíduos ou veículos terrestres. As minas normalmente são enterradas e existem em dois tipos básicos: anti-pessoal, reguladas para explodir com pressões leves; e anti-carro, reguladas para detonar com pressões maiores do tipo causado por uma viatura. Um tipo menos comum de mina é aquela que é usada na superfície, com campo de fogo controlado, para proteção de vias de acesso.

Misericórdia - punhal que os cavaleiros traziam do lado direto do cinto e que usavam no combate corpo a corpo para penetrar as juntas de uma armadura ou para matar um adversário derrubado, a menos que este pedisse misericórdia. Posteriormente passou a ser um acessório de esgrima com Rapieiras, sendo usada na mão esquerda. Este punhal também é conhecido como punhal de mão esquerda ou simplesmente como mão esquerda.

Morrão - o mesmo que mecha (ver). 

Morrião - capacete sem viseira, com uma cimeira alta e orelheiras.

Morteiro - na artilharia lisa "boca-de-fogo curta e de grosso calibre, lembrando a forma do almofariz ou gral, que atira por elevação bombas e granadas(...). O tiro do morteiro se denomina de alta trajetória". Atualmente o morteiro é uma boca-de-fogo usada para disparar granadas em ângulos sempre superiores a 45º.

Mosquetão - termo que no Brasil indica a arma de fogo longa, menor que a carabina, e que era usada pelos soldados de cavalaria e artilharia. Dispunha de baionetas. Após o início do século XX, as clavinas passaram a ser chamadas de mosquetões.

Mosquete - arma de fogo semelhante a espingarda, porém muito mais pesada e de maior calibre. Por isso precisa de um apoio, geralmente uma forquilha, para ser usada.

Munição - "provisões de tudo que é necessário a um exército ou praça de guerra, como víveres, projéteis, armas portáteis, pólvora, cartuchos, ferramentas diversas, etc." Atualmente se entende como os elementos descartáveis que servem para o disparo de uma arma.

Muralha - "Muro de praça fortificada, recinto de fortaleza. Quando se fala de muralha de uma praça se não trata de obras exteriores, se entendendo recinto contínuo, porém, no plural muralhas, abrange todas as obras, tanto interiores como exteriores".

O

Obuseiro - "boca-de-fogo mais comprida do que o morteiro e mais curta do que o canhão, tendo os munhões quase a meio. Seus projéteis são a granada e a metralha". Seu tiro é caracterizado por uma trajetória curva, em oposição a trajetória mais tensa do canhão. Também conhecido como obus.

P

Padrão Gribevaul - o mesmo que sistema Gribevaul .

Paixhans (canhão) - peça de artilharia feita de acordo com o sistema Paixhans.

Paixhans (sistema) - tipo de canhão inventado por Paixhans e adotado na França em 1837, tendo uma câmara  e paredes do tubo finas, disparando projéteis ocos e sólidos em trajetórias tensas, reunindo as vantagens dos canhões e obuseiros. Também conhecidos como canhões-obuses.

Pala de boldrié - alça de couro ou metal que, presa ao boldrié, ao talim ou ao cinto, serve para suspender uma arma.

Palamenta - "Todo conjunto de aparelhos acessórios necessários ao serviço do canhão".

Palanqueta - projétil de artilharia lisa composto de dois hemisférios ou cilindros, ligados por uma trave de ferro, rígida ou móvel, e que era usado contra o velame de embarcações.

Partazana - arma de haste terminada em ponta, atravessada perpendicularmente por um ferro em forma de meia lua, com gume em direção a ponta. Usada pela infantaria nos séculos XIII a XVII e, a partir dessa data, por oficiais, como insígnia de posto.

Peça - "em artilharia nome genérico de toda boca-de-fogo, também designando o conjunto da boca-de-fogo e reparo". Por ser a boca-de-fogo mais comum, no Brasil, se usava o termo peça para designar o canhão.

Peça de artilharia - o mesmo que peça .

Peça de batalhão - peça de artilharia lisa , leve e curta (17 calibres  ou menos), feita para acompanhar a marcha dos batalhões de infantaria, aos quais ficava adida.

Peça de desembarque - peça de artilharia, leve e de pequeno calibre, que servia para acompanhar tropas navais quando desembarcavam em combate. Semelhante a peça de batalhão .

Peça de montanha - tipo de boca-de-fogo bem mais leve que a peça de campanha e na qual o reparo (e as vezes o próprio tubo) pode ser dividido em cargas menores para o transporte no dorso de animais.

Peça de regimento - o mesmo que peça de batalhão .

Peça de rodízio - o mesmo que rodízio . Canhão para ser empregado em rodízio.

Pedreiro - "canhão antigo, curto, que a princípio lançava grandes projéteis que eram pedras (...) também se chama de peça pedreira", ou ainda - Canhão-pedreiro. A partir do final do século XVII pedreiro passou a ser um tipo de morteiro, leve, destinado a disparar pedras soltas contra fortificações.

Peixeira - termo regional do nordeste brasileiro para um tipo de faca longa, de lâmina triangular, e com gume muito cortante.

Pente de munição - carregador de munição das armas automáticas ou semiautomáticas, usada para alimentar as mesmas. Ver carregador de cartuchos.

Pio de caça - apito ou instrumento que imita o som de uma ave, para atraí-la.

Pique - arma de guerra composta de uma haste comprida de madeira guarnecida de um ferro chato e pontiagudo. Inicialmente tinha um grande comprimento, chegando a ter cerca de cinco metros, porém foi sendo reduzida com o tempo, tornando-se no espontão.

Pirâmide - projétil de artilharia lisa, de uso naval ou contra embarcações, composto de uma série de balins presos a uma estrutura metálica.

Pistola - arma de fogo portátil, de cano curto, usada com uma só mão, podendo ser de tiro simples, de repetição, semi-automática ou automática, mas nunca com tambor ou canos rotativos.

Pistola metralhadora - o mesmo que metralhadora de mão.

Pólvora - "assim se denominam todo corpo que, sob uma influência qualquer, como seja a proximidade de outro corpo em ignição, ou outro meio qualquer, se decompõem e subitamente produz grande quantidade de gazes".

Pólvora negra - tipo de pólvora formado pela mistura mecânica de salitre, enxofre e carvão de madeira em proporções variáveis. Existiam, basicamente, dois tipos, o polvorim e a pólvora granulada, formada pela grãos mais grossos da mistura.

Polvorim - pólvora negra em pó, sem a formação de grãos, sendo muito fina e mais fraca do que a pólvora granulada.

Polvorinho - estojo em que se carrega a pólvora ou polvorim para carregar ou escorvar armas de fogo.

Porrete - tipo de maça curta com uma das extremidades arredondadas.

Porta-pano - acessório de armaria composto de uma haste, normalmente metálica, com um rasgo longitudinal, onde se colocam trapos, para limpeza do cano de uma arma. Normalmente o porta pano é preso a uma vareta ou a um cordel de limpeza.

Praça - "espaço, área, fortaleza, lugar fortificado com muro (...) praça de guerra: cidade, vila ou povoado cingido por obstáculos naturais ou artificiais dispostos e combinados de modo a defenderem reciprocamente suas guarnições respectivas, por tempo maior ou menor, do ataque de forças superiores que procurem toma-la e ocupar o terreno que cobrem; se distinguem das fortalezas em serem muito mais extensas".

Praça-d'armas - em fortificações, designa "terreno livre e espaçoso onde se reúne a guarnição de uma cidade (...) obras no caminho coberto, nos salientes e reentrantes e paralelas de sítio onde se reúnem tropas, durante um sítio, para repelir o ataque; parada, lugar de parada ou assembléia".

Pranchada - peça de ferro, bronze ou chumbo que servia para tapar o ouvido  dos canhões, impedindo a entrada de umidade no seu interior.

Primeiro Reforço - parte do canhão que vai da moldura do fogão até a moldura do primeiro reforço.

Projétil - "do Latim pro, para frente, e jectus, lançado; todo corpo arremessado no espaço por forte ímpeto; corpo lançado no ar com velocidade e direções tais que possam atingir a grandes distâncias seres vivos ou obstáculos materiais, inutilizando-os".

Projétil oco - tipo de projétil de artilharia com uma câmara  onde se coloca uma carga de ruptura, com ou sem balins. A detonação da carga de ruptura estilhaça o projétil, causando danos pela concussão, fragmentação ou balins do projétil.

Propelente - elemento que serve como carga de projeção nas armas de fogo.

Q

Quintais - Unidade arcaica de peso, equivalente a 58,758 kg.

R

Raiada - "que tem raias  ou estrias; oposto de liso".

Raias - "são caneluras ou estrias abertas na alma dos canhões e armas de fogo, tendo por fim guiar o projétil ao mesmo tempo que lhes imprimindo movimento de rotação em torno de seu eixo".

Rapieira - espada longa e fina usada principalmente em esgrima de ponta.

Ratoeira - armadilha para capturar ou matar ratos.

Rebrocada - diz-se da peça de artilharia que, após fundida e utilizada, teve sua alma alterada por uma nova passagem de uma broca, seja para colocar raias  seja para aumentar-lhe o calibre .

Recuo - "ato ou efeito de recuar, espaço que o canhão retrocede ao disparar, movimento de toda a arma de fogo em sentido contrario ao do tiro".

Reduto - "é um polígono regular ordinariamente e não raro um quadrado (...) Serve de apoio aos flancos de uma posição". Esta obra defensiva só defende um flanco.

Reparo - Suporte de uma arma de fogo, normalmente com dispositivos que permitem dar-lhe os movimentos necessários a execução da pontaria e, em certos casos, limitar-lhes o recuo e facilitar-lhes o transporte.

Reparo a Onofre - tipo de reparo de artilharia de costa composto de um berço triangular com rodas de pequeno diâmetro, de invenção do construtor do Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro, Manoel José Onofre, em 1822.

Reparo de canhão - reparo usado em canhões ou obuseiros.

Reparo de crinolina - tipo de reparo de artilharia raiada, semelhante ao de pião central , no qual o eixo onde gira o tubo ou o berço é suportado por uma estrutura de barras metálicas em forma de cone, semelhante a uma crinolina.

Reparo de falcas - reparo de artilharia de campanha, praça ou sítio, de rodas de raios, onde o tubo se apoia em falcas , que vão dos munhões até o solo.

Reparo de flecha - reparo, normalmente de campanha, onde as falcas são substituídas por uma trave única (flecha) que vai até o solo.

Reparo de marinha - tipo de reparo usado em embarcações, até o século XIX, reparo de quatro rodas usadas em navios e fortes. Também conhecido como carreta.

Reparo de metralhadora - reparo usado por metralhadoras leves, médias ou pesadas ou por fuzis-metralhadoras, quando empregados como metralhadoras leves.

Reparo de patesca - tipo de reparo de fortaleza, no qual as rodas são inteiriças (patesca).

Reparo de pião central - tipo de reparo de artilharia onde o berço da peça gira sobre um eixo central, fixo ao solo.

Reparo de pivô - reparo fixo, em que o berço oscila em torno de um pivô, podendo este estar localizado no centro de gravidade do reparo ou na parte dianteira do mesmo.

Reparo hidropneumático - reparo de artilharia onde o recuo da peça como um todo é eliminado, no todo ou parcialmente, pela ação de mecanismos hidráulicos e de mola existentes no berço, fazendo com que só o tubo recue durante o disparo.

Retrocarga - "ação ou efeito de carregar pela culatra, em oposição ao antigo, que era pela boca".

Revólver - arma de fogo portátil, provida de um mecanismo que tira um tambor ou múltiplos canos ao redor de um eixos, podendo dar tantos tiros quantos forem as câmaras do tambor ou canos da arma.

Rodízio - peça de artilharia  colocada em um reparo que permite a pontaria em um angulo de 360 graus ao redor de um eixo vertical.

Rodízio de Proa - pequeno rodízio  normalmente colocado nas proas de embarcações.

Roqueira - "antiga peça de artilharia que lançava pelouros [projéteis] de pedra". O mesmo que canhão-pedreiro .

S

Sabre - arma branca, reta ou curva, com gume integral em apenas um lado da lâmina, apesar de poder ter um pequeno trecho com gume nos dois lados da lâmina, na extremidade da mesma (bisel). O exército brasileiro hoje em dia usa o termo sabre para designar o sabre-baioneta e o termo espada, para designar os sabres normais.

Sabre de abordagem - sabre curto, com guarda fechada para proteger bem a mão, sendo que o punho e a guarda muitas vezes são feitos de latão ou aço oxidado, para evitar a corrosão causada pelo sal marinho.

Sabre de instrução - sabre sem gume e ponta, podendo ser feito de madeira, usado no treinamento de esgrima militar.

Sabre-baioneta - pequena faca adaptável à boca de armas de fogo longas e usada para o combate corpo a corpo. Hoje em dia, o exército brasileiro usa apenas o termo sabre para designar esta arma.

Sabre-baioneta-iatagã - sabre baioneta adotado na França em 1842 e que tem uma lâmina semelhante  a de um iatagã. Este tipo de baioneta alcançou grande popularidade, sendo usado por diversos países.

Saca-balas - acessório de armaria formado por uma peça metálica, com uma rosca para prender à vareta e pequenos ganchos na outra extremidade, servindo para remover balas de armas de carregar pela boca.

Seta - o mesmo que flecha.

Shrapnel - tipo de granada cheia de balins e que explode no ar devido a ação de uma espoleta de tempo, dispersando  os balins contra concentrações de tropa. Inventado no final do século XVIII por William Shrapnell.

Sílex - O mesmo que pederneira. Calcedônia misturada com sílica hidratada ou quartzo, lapidada, usada para fazer faíscas quando percutindo sobre uma peça metálica, o fuzil.

Sítio - "é um dos processos regulares ou metódicos de ataque a uma praça  constituindo a chamada guerra de sítio e consta de uma série de operações e trabalhos de aproxes que o sitiante pratica, sob a proteção de sua artilharia (...) Artilharia de sítio, trem de bateria, [é a] equipagem regulamentar montada em veículos e destinada ao ataque de fortaleza; são canhões pesados e de muito calibre".

Soquete - "Maço roliço, com cabo, que na artilharia de antecarga serve para calar a pólvora no canhão, ou no canudo dos foguetes".

Submetralhadora - o mesmo que metralhadora de mão.

T

Tacape - espécie de clava dos índios brasileiros, normalmente tendo uma seção arredondada ou roliça.

Taco - peça de madeira, palha ou corda, usada nas bocas de fogo de carregar pela boca para manter a carga e o projétil na alma servindo, ao mesmo tempo, para conter um pouco os gazes da detonação.

Talabarte - alça de couro ou pano, usada presa a um ombro e indo terminar no cinto, onde prende uma arma branca.

Tapa-boca - "cilindro de madeira que, introduzido na boca do canhão serve para o preservar internamente da umidade, poeira, etc.; sendo seguro por uma coleira". Também conhecido simplesmente como tapa.

Tarugo - cilindro de madeira ou metal que, introduzido na boca de uma arma de fogo portátil serve para proteger a alma das intempéries e sujeira.

Terçado - sabre curto, reto ou com lâmina encurvada, usado por soldados de infantaria entre os séculos XVII e XIX. Os primeiros sabre baionetas, distribuídos a infantaria ligeira no Brasil, eram semelhantes aos terçados e, por serem usados em rifles, eram conhecidos como refles, o termo se estendendo, posteriormente, para os terçados normais.

Testeira - peça da barda, armadura do cavalo, destinada a proteger a cabeça do animal.

Torpedo - Inicialmente, o termo se aplicava às cargas explosivas usadas por pequenas embarcações contra navios. Posteriormente, passou a ser um engenho explosivo de forma cilíndrica alongada, autopropulsado ou teleguiado, usado no mar.

Travamento (nas raias de uma boca-de-fogo) - ação que o projétil sofre para se encaixar nas raias  da alma, permitindo a ação das mesmas em dar movimento rotativo ao projétil.

Tridente - arma de haste terminada em três pontas, normalmente empregada na pesca.

Tubo - em artilharia eqüivale a cano de uma boca-de-fogo.

Tubo de gás venenoso - artifício pirotécnico destinado a produzir fumaça ou gazes tóxicos, para desalojar defensores de espaços fechados.

Tubo-alma - parte mais interior de um cano de boca-de-fogo, quando este é composto por diversos tubos (ou fretes). Na artilharia fundida é o mesmo que o cano do canhão.

V

Vara de visgo - pequeno pedaço de madeira ou bambú, coberto de visgo, para prender pássaros. Usado como equipamento de caça.

Valiere (sistema) - sistema de fabricação de bocas de fogo introduzidas na França em 1732, reduzindo o número de calibres e as dimensões das bocas de fogo a um padrão uniforme.

Vareta - haste longa, de madeira ou metal, usada no carregamento das armas de fogo de carregar pela boca ou para limpeza de canos de armas.

Vento - "em arma de fogo é o espaço que medeia entre o projétil e a parede da alma ou diferença entre o adarme do cano e o diâmetro do projétil".

Vergueiro - cabo ou corda grossa que prendia os canhões de navio aos costados do mesmo, limitando-lhes o recuo.

W

Whitworth (sistema) - sistema de raiamento onde a rotação do projétil é dada pelo ajuste mecânico deste na alma, tendo ambos a seção hexagonal. Usado no Brasil de 1863 até a década de 1920, em modelos de ante e retrocarga.

Z

Zarabatana - tubo comprido pelo qual se impelem, com o sopro, setas e pequenos projetis, usado na caça.

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