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Letra "B" - besta. Gramática de João de Barros, 1539 |
Observamos que os termos usados para designar as armas ao longo de todas as páginas do sítio são aqueles aprovados para a Classe "Caça e Guerra" no Thesaurus de Acervos Museológicos (ver bibliografia), de Helena Ferrez e Maria Helena Bianchini, o qual transcrevemos em outra parte deste sítio (ver Thesaurus), acrescidos de outros mais especializados, especialmente no campo da artilharia, pois aproveitamos parte de um trabalho de nossa autoria: a Ficha do Inventário Nacional de Material de Artilharia - Manual de Preenchimento (Brasília : IPHAN, 2000).
As definições do glossário foram obtidas em muitas fontes, mas a principal obra consultada e citada é o Diccionário Téchnico Militar de Terra (ver bibliografia).
Acessório
da armaria - qualquer ferramenta ou petrecho, não pertencente a uma arma, mas
que é necessário ao seu funcionamento ou manutenção.
Acessório
de munição - qualquer ferramenta ou petrecho, usado na manutenção de uma
munição, mas não no seu funcionamento direto.
Acha
- arma com feitio de machado, o mesmo que acha-de-armas.
Aço
- Liga de ferro e carbono (teor de carbono variável entre 0,008% e 2,000%). que
pode conter, outros elementos residuais resultantes do processo de fabricação.
Adaga
- termo genérico indicando arma branca, curta, com um ou dois gumes e
terminando em ponta.
Adarme
- unidade de peso arcaica, equivalente a meia oitava ou seja, 1,793 gramas. Em
armas de fogo portáteis, o termo era usado para indicar o calibre da arma em
relação ao número de projéteis esféricos de chumbo que podiam ser
fabricados por cada libra de chumbo. Assim, uma arma de adarme (ou calibre) 12,
disparava um bala de 38 gramas (459g/12=38,25g). Desta forma, quanto maior o
adarme, menor o calibre: adarme 12=19 mm, adarme 17=17,5 mm e assim por diante.
Este sistema de medição de calibres ainda é usado em armas de caça de cano
liso.
Agulheta
- pequena agulha usada na limpeza dos ouvidos das armas portáteis de carregar
pela boca.
Alabarda
- combinação entre machado e a lança, consistindo de uma haste longa,
terminada em ponta, tendo esta uma lâmina e gancho perpendiculares.
Alçapão
- armadilha para apanhar pássaros.
Aljava
- estojo para colocação de flechas ou virotes.
Alma
- "vazio interior cilíndrico, liso ou raiado das armas de fogo, destinado
a receber a carga, resistir aos gazes produzidos pela combustão da pólvora e
dirigir o projétil".
Almotolia
- pequeno vaso para colocação de líquidos lubrificantes.
Arapuca
- armadilha para apanhar pássaros.
Arcabuz
- nome derivado do alemão Hakenbuche - arma com gancho. Este tipo de arma foi
usado entre os séculos XIV e XV, sendo o nome usado nos séculos XVII e XVIII
para indicar um tipo de arma leve, que podia ser disparada sem o uso de uma
forquilha.
Archa
- espécie de alabarda com duas lâminas (sem o gancho) e uma ponta.
Arco
- peça formada por uma haste flexível cujas extremidades estão ligadas por
uma corda ou correia, compondo com a flecha uma arma de arremesso.
Arma
- instrumento ou engenho de ataque ou de defesa. Por extensão, qualquer coisa
que sirva para um desses fins.
Arma
branca - termo genérico que indica as armas feitas de metal e que causam danos
pela ação de um gume ou ponta, sendo que a força motriz é somente humana.
Contrapõe-se a arma de fogo, que arremessa o projétil impelindo-o por meios
artificiais, usualmente químicos.
Arma
branca de arremesso - aquela que não sendo arma de fogo, é lançada a distância.
Arma
branca de choque - arma branca usada em combate aproximado, corpo-a-corpo.
Arma
branca de haste - conjunto das armas brancas compostas por uma lâmina ou ponta,
uma haste de madeira ou metal com mais de um metro, e que não pode se destina a
ser arremessada.
Arma
de arremesso - aquela que não sendo arma de fogo, lança projéteis a distância.
Arma
de choque - armas que causam dano pelo impacto (choque) direto contra o alvo,
sem serem arremessadas.
Arma
de fogo - toda aquela que funciona mediante a deflagração de uma carga
propelente, explosiva ou não, pela qual é lançado no ar um projétil.
Arma
de fogo portátil - arma de fogo que pode ser transportada, manejada e operada
por uma só pessoa.
Armadura
- conjunto das peças que protegem diretamente o corpo de um homem ou animal.
Arpão
- arma de arremesso ou de haste com ponta farpada.
Arrobas
- Unidade arcaica de peso, equivalente a 14,689 kg.
Atiradeira
- Forquilha de madeira ou de metal, munida de elástico, com que se atiram
pequenas pedras, e usada geralmente por crianças para matar passarinhos.
Azagaia
- lança curta que pode ser usada tanta como arma de arremessou ou de choque.
Bacamarte
- qualquer arma de fogo com a extremidade do cano mais larga do que a culatra.
Bacinete
- capacete de copa oval, inicialmente forjado de uma só peça, daí o nome de
bacinete - pequena bacia. No século XIV passou a receber uma viseira retrátil.
Bainha
- estojo longitudinal em que se mete a folha de uma espada ou outro objeto análogo
para que este não embote ou oxide.
Baioneta
- termo genérico para a arma branca que se adapta na extremidade da arma de
fogo, para o combate de choque. A verdadeira baioneta não tem gume, ferindo
somente pela ação da ponta. Hoje em dia esta arma é chamada de sabre pelo exército.
Bala
- projétil esférico, alongado ou ogival com que se carregam as armas de fogo.
Também usado para indicar o projétil e o cartucho juntos. Termo abandonado
pelo exército hoje em dia.
Bala
de festim - cartucho carregado com pólvora ou outro propelente, mas sem projétil,
para gerar o som e a fumaça do disparo.
Bala
encadeada - projétil de artilharia lisa formado por duas balas rasas ou por uma
bala rasa cortada em duas, sendo estas duas peças ligadas uma a outra por uma
corrente. Usada contra massas de soldados ou velame de navios.
Bala
Rasa - projétil de ferro sólido, esférico, disparada de canhões lisos.
Durante algum tempo também se conheceram alguns projéteis sólidos de
artilharia raiada como balas rasas.
Balim
- bala pequena, esférica, normalmente sendo termo usado para indicar um dos
componentes de projétil de fragmentação, como a lanterneta e o shrapnel.
Banco
de Prova - local ou instituição onde eram testados as armas de fogo, recebendo
então a aprovação para uso, normalmente em forma de uma marca colocada sobre
o cano.
Bastarda
- espada longa (cerca de 1,2 metro), mas de comprimento inferior ao espadagão
de brecha (ou espada de duas mãos). Com punho longo o suficiente para ser
manejado com a mão esquerda no pomo, para auxiliar no golpe. Também conhecida
como espada de mão-e-meia.
Bazuca
- arma antitanque composta por um tubo aberto em ambas as extremidades e de
grande calibre, no qual se coloca um foguete (rojão), projétil autopropulsado.
Conhecida no exército como lança-rojão.
Berço
- peça de madeira que serve de reparo para os morteiros antigos. Em reparos
fixos, é a parte que fica sobre o corpo do reparo e onde se coloca o canhão. O
conjunto berço/canhão se deslocando com o recuo.
Besta
- arma de arremesso, composta de um arco preso transversalmente a uma coronha e
que disparava pelouros (balins) ou virotes (setas).
Boca
- "abertura por onde a bala entra e sai, na artilharia, no canhão e também
no fuzil antigo".
Boca-de-fogo
- "diz-se genericamente com relação ao armamento de grosso calibre, quer
dizer, canhões, obuseiros, morteiros, pedreiros, etc."
Bodoque
- arco que disparava balins de barro endurecido ou pedras ao invés de flechas.
Bolada
- "tronco de cone que vai dos munhões à boca", no canhão.
Boldrié
- correia ou presilha de couro para prender, a tiracolo, uma arma branca.
Bomba
- Esfera de ferro fundido, oca, contendo pólvora. Lançada por um morteiro de
artilhara lisa, arrebenta quando a espoleta de tempo comunica fogo à carga.
Diferencia-se da granada de artilharia lisa por seu calibre maior e por ter duas
alças ao lado do ouvido, por onde a bomba é suspensa, para o carregamento no
morteiro.
Borduna
- espécie de clava usada por índios brasileiros, usualmente com a cabeça em
forma de remo.
Borgonhesa
- capacete de ferro, de copa oval, dotado de cimeira, pala, orelheiras e
cobre-nuca. Apresentava um visor ou, por vezes, uma estreita baveira (proteção
para o nariz).
Botafogo
- "Pau que tinha na ponta o pedaço de morrão com que se lançava fogo à
peça de artilharia".
Bronze
- designação genérica de diferentes ligas à base do cobre. Na artilharia
lisa o bronze era composto por cerca de 90% de cobre com 10 % de estanho,
variando estas proporções em até 5 % do total, de acordo com o fundidor e com
as impurezas da mistura.
Broquel
- escudo antigo, redondo e pequeno.
Cacho
de uva - projétil de artilharia lisa composto de balins presos a uma estrutura
de madeira e couro. Após o disparo o projétil se desmancha, espalhando os
balins.
Calibre
- "diâmetro de uma arma de fogo, tamanho de sua boca". "Na
artilharia lisa, foi também o peso do projétil em libras". No caso de
canhões raiados o calibre é medido pelo diâmetro do círculo inscrito, ou
seja, a menor medida do interior do cano
Calibres
- comprimento da alma de uma boca-de-fogo expresso pelo número de diâmetros de
sua boca que podem ser contidos ao longo da alma. Ou seja, mede-se o comprimento
da alma, dividindo-se em seguida pelo calibre.
Câmara
- "cavidade de menor diâmetro que existe no fundo da alma e serve para
receber a carga de pólvora dos obuses, morteiros, pedreiros, etc.".
Também são conhecidos como câmara a cavidade existente no interior das
granadas e bombas e o espaço onde ocorre
a detonação de um cartucho em uma arma de fogo
Câmara
de explosão - o mesmo que câmara .
Canhão
- "arma de fogo usada pela artilharia e destinada a lançar diversos projéteis
por meio de pólvora, ar comprimido ou eletricidade(... ) exigindo para serviço
o emprego de aparelhos, homens e animais". Peça de artilharia de tiro
tenso. Na artilharia lisa os canhões eram as peças mais longas.
Canhão
antiaéreo - peça de artilharia longa, de tiro tenso, com reparo que permite
grandes elevações, móvel ou, mais raramente fixa, usada contra aviões.
Canhão
anticarro - canhão de cano longo, tiro tenso, reparo leve, móvel e de baixa
altura, destinado a ser empregado contra carros de combate.
Canhão
antitanque - o mesmo que canhão anticarro.
Canhão
antitorpédico - peça de artilharia de pequeno calibre e alta cadência de
tiro, usado em navios e fortificações costeiras para repelir ataques de
lanchas torpedeiras.
Canhão
de bater - canhão pesado utilizado contra fortificações, para derrubar muros,
abrir brechas, etc. No século XVIII o canhão de 24 libras de calibre
recebia este nome.
Canhão
de costa - peça de artilharia, normalmente fixa, usada na defesa costeira.
Canhão
de praça - canhão mais pesado que o normal, normalmente em reparos fixos ou
pouco móveis, usado em fortificações.
Canhão
de salva - pequeno canhão para dar
salvas, ou seja, "descargas de artilharia ou qualquer outra arma de fogo
que se faz ao mesmo tempo ou com intervalos, em honra de um personagem, de um
pavilhão estrangeiro, para saudá-lo, para celebrar uma vitória, para render
honras fúnebres".
Canhão
de sítio- canhão de grosso calibre usado para atacar fortificações.
Canhão
Paixhans - canhão construído de acordo com o sistema Paixhans .
Canhão
revólver - canhão de pequeno calibre, com múltiplos canos girando em torno de
um mesmo eixo, a semelhança de um revólver, usado no último quartel do século
XIX.
Canhão
sem recuo - peça de artilharia em que as forças do recuo são compensadas pelo
emissão de gases no sentido contrário ao do movimento do projétil, ficando o
tubo parado (sem recuo) durante o disparo.
Canhão-obus
- canhão que disparava obuses, o
mesmo que canhão Paixhans .
Canhão-pedreiro
- tipo de canhão que dispara balas
de pedra. O mesmo que roqueira ou
pedreiro .
Canhoneira
- "abertura, espaldão, parapeito ou flanco de navio, onde se põem o canhão,
proporcionando a peça e serventes maior cobertura possível(...)".
Capacete
- proteção para a cabeça, metálica ou não.
Capacete
de armadura - proteção para a cabeça que integra um conjunto de outras proteções,
formando uma armadura.
Capacete
de combate - capacete de metal ou fibra sintética usado na cabeça para proteção
contra estilhaços de artilharia.
Carabina
- arma de fogo mais curta que a espingarda, tendo entre 1,0 e 1,2 metro de
comprimento. Se arma militar, é equipada com baioneta. Hoje em dia, esta arma,
no exército, é conhecida como Fuzil.
Carabina-bengala
- carabina oculta em uma bengala.
Carabina-revólver
- carabina com mecanismo de repetição baseado em um revólver.
Caronada
- "canhão curto e de pouca espessura, muito leve e de alma lisa, sem munhões,
de fácil manobra, movendo-se sobre um ferrolho abaixo de seu centro, empregando
projéteis ocos e cheios, usado na marinha e flancos de fortificações, e muito
em voga até a guerra da Criméia. Deriva seu nome de Carron, na Escócia, onde
se fabricaram as primeiras caronadas ou carronadas".
Carregador
de cartucho - o mesmo que carregador ou pente de munição/balas. Pequena caixa
ou tira, de metal, pano ou matéria plástica, onde se colocam os cartuchos
necessários ao funcionamento de uma arma.
Carreta
- o mesmo que reparo. No Brasil, usava-se o termo para designar especificamente
o reparo de marinha de artilharia lisa. Tipo de reparo muito usado em fortificações
até o início do século XIX.
Carronada
- o mesmo que caronada.
Cartucheira
- banda ou estojo, de couro ou tecido, onde se colocam os cartuchos.
Cartucho
- carga para uma arma de fogo, envolta em papel, cartão, pano ou folha metálica.
Cassetete
- cacete curto, de madeira, metal ou borracha, usualmente empregado por
policiais.
Cavilha
de vareta - acessório de armaria, peça metálica usada perpendicularmente nas
extremidades de varetas de armas de antecarga, para auxiliar na remoção de
balas encravadas ou outras obstruções no cano da arma.
Celada
- capacete cuja copa se alonga na parte posterior, formando uma espécie de
cobre nuca inteiriço, tendo na altura dos olhos duas aberturas horizontais.
Cerco
- "assédio, sítio, bloqueio de praça ou fortaleza". Diz-se que um
peça de artilharia é de cerco quando ela é de grande calibre e usa reparo
reforçado.
Chave
de pistão - acessório de armaria, pequena chave de boca, as vezes com uma
agulheta na outra extremidade, usada para remover o pistão das armas de
fulminante.
Chuço
de abordagem - arma de haste com uma ponta e, as vezes, um gancho, a semelhança
de um croque. Usada pelos tripulantes de embarcações em abordagens.
Chumbeiro
- estojo de couro ou madeira para colocação de chumbo de caça.
Clava
- nome genérico das armas de concussão formadas por uma haste não muito
longa, de madeira ou metal, usualmente com uma das extremidades mais pesada que
a outra, sendo esta extremidade guarnecida, ou não, por peças de pedra ou
metal.
Clavina
- arma de fogo longa, com comprimento próximo ou inferior a um metro,
normalmente tendo com um gancho ou argola no lado esquerdo, para prendê-la na
sela do cavaleiro. Usada por homens a cavalo, normalmente não tem baioneta.
Este termo, no século XX, foi substituído por mosquetão.
Claymore
- espada típica de origem escocesa, originalmente era uma arma longa, para uso
com duas mãos, tendo a cruzeta terminada em decoração simulando um trevo.
Posteriormente o termo passou a ser empregado para designar um sabre ou espada
com comprimento assemelhado as espadas em uso hoje em dia, com uma guarda
complexa, de formato específico.
Cobre-mira
- acessório de armaria. Peça de couro ou metal, usada para proteger a alça de
mira ou o mecanismo de uma arma de fogo (neste último caso, sempre é de
couro).
Cocharra
- "peça da palamenta, espécie de colher que recebe o cartucho e o leva à
camara das bocas de fogo que a possuem, servindo também para descarrega-la, e
as vezes para limpar as paredes da alma, substituindo a rascadeira. Na outra
extremidade de sua haste está o saca-trapos".
Cofre
de munição - caixa de madeira ou metal onde se coloca a munição de uma arma
automática, pronta para uso na arma.
Coldre
- originalmente, sempre usado no plural - coldres - eram estojos de couro
colocados nos lados da sela de um cavalo, para carregar o par de pistolas ou
outro tipo de armas de um cavaleiro. Posteriormente passou a indicar um estojo
de couro ou outro material, preso ao cinto, para colocação de revólver ou
pistola.
Colubrina
- tipo de canhão mais comprido que o normal, tendo mais de 25 calibres de
comprimento. Originalmente era um tipo de canhão, de 20 libras de calibre.
Colubrina
bastarda - colubrina com menos de
30 calibres de comprimento.
Colubrina
legítima - colubrina que tem mais
de 30 calibres de comprimento.
Cordel
de limpeza (arma) - acessório de armaria. Tira de couro ou fibra vegetal, com
uma peça metálica na extremidade, onde se prende uma escova ou outro acessório
de limpeza. Usada nas armas de fogo para manutenção do interior dos canos,
para não danificar o raiamento dos mesmos.
Corpo
d'armas - proteção do corpo formada por uma túnica de couro, forrada ou não
por algodão.
Cota
de malha - armadura de couro sobre a qual eram costurados anéis ou pequenas
chapas metálicas ou ainda, túnica formada por anéis de ferro entrelaçados.
Couraça
- armadura para o peito e costas ou somente para o peito.
Couraça
frontal - parte da armadura que cobre o peito. Também conhecida como peitoral.
Culatra
- "parte posterior e reforçada dos fuzis e canhões"
Cunhete
de munição - caixote de madeira, metal ou matéria plástica, algumas vezes
forrado internamente, em que se acondiciona a pólvora e cartuchame. Também
conhecido simplesmente como cunhete.
Dardo
- pequena lança de arremesso.
Descavalgar
- ato de desmontar uma peça de artilharia de seu reparo .
Diamante
- agulha que se mete pelo ouvido da peça de artilharia lisa de carregar pela
boca, para furar o cartucho ou limpar o ouvido.
Elmo
- espécie de capacete largo que cobria a cabeça, repousando sobre os ombros.
Escarcela
- parte da armadura que protege da cintura ao joelho.
Esclavônia
- espada de lâmina larga e punho em forma de cesto. Inicialmente fabricada para
uso dos guardas do Doge de Veneza, mas posteriormente usada por outras
nacionalidades, havendo alguns exemplares no Brasil.
Escorva
- "nome comum a todos os artifícios que se introduzem no ouvido de uma
arma para comunicar fogo à carga".
Escova
de limpeza (arma) - escova, normalmente com uma rosca em uma das extremidades
para prender na vareta ou no cordel de limpeza, ou ainda, provida de uma haste,
para limpeza do interior dos canos das armas.
Escovilhão
- escova de cerdas grossas, presas a uma haste longa, usada para limpar a alma
das bocas de fogo.
Escovinha
- pequeno pincel, usado junto da agulheta, para limpar o ouvido das armas de
pederneira.
Escudo
- arma defensiva, de dimensões variadas e de forma circular, oval ou oblonga,
mas que também pode apresentar outras configurações, e que normalmente se
usava no braço esquerdo, preso por braçadeiras, para proteção individual.
Esmerilhão
- ver espingardão.
Espada
- arma de choque, formada por uma lâmina comprida, normalmente reta e
pontiaguda, de ferro ou de aço, com gume em ambos os bordos. O Exército
Brasileiro usa, incorretamente, este termo para designar os sabres de um só
gume.
Espada
baioneta - baioneta com lâmina cortante, de dois gumes.
Espada
bastarda - o mesmo que bastarda.
Espada
de instrução - espada de treinamento, pode ser de madeira ou outro material,
mas não dispõe de ponta ou gume.
Espaldeira
- parte da armadura que protege o ombro. Por extensão, parte da armadura que
vai do ombro até a manopla. O mesmo que brafoneira ou rebraço.
Espingarda
- arma de fogo, de cano comprido, portátil, tendo mais de 1,2 metro de
comprimento.
Espingardão
- antiga peça de artilharia. Espingarda pesada, usada com forquilha em
trincheiras ou amuradas de navios. Também chamada de esmerilhão.
Espoleta
- "artifício pirotécnico por meio do qual se opera a explosão da carga
dos canhões e projéteis ocos".
Espoleteira
- pequeno estojo de couro onde se guardavam as espoletas de uma arma de
fulminante. O nome também designa um pequeno estojo colocado na coronha de
algumas armas de fogo de caça, onde se guardavam espoletas.
Espontão
- lança curta (com menos de 2,5 metros), com cruzeta, reminescente do pique.
Era usado pelos sargentos e oficiais como insígnia de posto e arma de defesa até
o século XIX.
Estilete
- punhal de lâmina fina, sem gume, usado como instrumento perfurante.
Estojo
(arma) - Quando se trata de munição, o termo é o mesmo que cartucho.
Estojo
de limpeza - caixa, de formato especial, contendo peças de limpeza de
armamento.
Estopim
- acessório de munição, antigamente era uma mecha de pano embebida em uma
mistura de queima lenta, para transmitir fogo a carga, em um tempo específico.
Depois passou a ser um tubo de papel, pena ou metal, com composição que
queimava com velocidade programada.
Estoque
- espécie de espada comprida e reta, de seção triangular ou retangular, e que
só fere com a ponta.
Estrepe
- antiga peça militar de ferro, com pontas, e que quando é jogado no chão,
uma das pontas sempre fica para cima, de forma a dificultar o avanço da
cavalaria. Uma forma desta munição ainda é usada nos dias de hoje, sendo
conhecida como "miquelão".
Explosivo
- substância inflamável que pode produzir uma comoção acompanhada de detonação,
produzida pelo desenvolvimento súbito de uma força ou a expansão súbita de
um gás.
Faca
- instrumento cortante, curto, composto de cabo e lâmina, reta ou curva, mas
com apenas um gume.
Faca
de caça - faca usada na perseguição, morte, esfoladura e preparo de animais
selvagens.
Facão
- faca longa, usada em combate e na caça ou como ferramenta para abrir picadas,
cortar lenha, etc.
Falconete
- "diminutivo de falcão; era uma bombarda de tiro direto usada do século
XV ao século XVIII, algumas feitas para atirarem balas de metade do peso das do
falcão; outras de ¼ de lb a 3 ou 4 lb. Seu peso era de cerca de 400 lbs [184
kg]. Seu comprimento de perto de 5 pés [165 cm]; outras havia de mais
comprimento e peso; também se chamou de bombarda-alongada".
Ferro
- metal, símbolo Fe, massa atômica 55,85. Em artilharia se empregaram o ferro
forjado (quando o ferro do canhão era trabalhado a quente, por meio de golpes
de martelo) ou o ferro fundido, quando este era aquecido até sua fusão,
ligando-se com certa quantidade de carbono.
Fiador
de arma - acessório de armaria. Cordão de couro, tecido ou outro material que,
preso a arma, passava pela mão do operador, para que a arma não fosse solta
acidentalmente.
Flambérgia
- espada com gumes sinuosos. O mesmo que flamante.
Flecha
- haste cuja extremidade dianteira é ordinariamente munida de uma ponta
triangular chanfrada na base, enquanto a outra extremidade normalmente tem
empenagem. Só é utilizada em conjunto com o arco.
Florete
- tipo de estoque curto, hoje em dia designa arma para prática da esgrima,
tendo a lâmina seção prismática e um botão na ponta.
Foguete
- projétil impulsionado por carga própria. O mesmo que rojão.
Foguete
de iluminação - tipo de foguete cuja carga militar é composta por elementos
químicos que geram luz.
Foice
de guerra - arma de haste com lâmina curva, semelhante a uma foice.
Fôrma
de balim - acessório de armaria. Estojo com cavidade central oca, na forma de
um ou mais balins, usado na fundição de munição.
Fortaleza
- "em fortificação é praça fortificada, conjunto de fortificações
permanentes, tendo em regra, considerável extensão, todavia menor que a praça
de guerra propriamente dita".
Forte
- Obra fechada de fortificação permanente ou semi-permanente, de forma
poligonal, maior que o reduto.
Fortificação
- "ramo da arte da guerra que tem por fim organizar militarmente uma posição
de modo tal que a tropa que a ocupa possa aí resistir". Termo genérico
para todos os tipos de obras fortificadas.
Fortim
- "forte de construção provisória, pequeno, servindo para defender uma
posição estratégica, podendo ser ponto de apoio de tropas, tanto para avançar
como para se por em retirada. Sendo uma fortaleza ou sistema defensivo um
composto de vários fortes, aos menores, por se distinguirem dos maiores se dá
o nome de fortim".
Funda
- laço de couro, corda ou pano, com um recipiente na sua parte mediana, onde se
coloca o projétil. Girando a funda, o atirar dispara o projétil se valendo da
força centrífuga.
Fuzil-metralhadora
- metralhadora portátil equipada com bipé e alimentada por carregar metálico.
Fuzil
- peça metálica dos fechos de pederneira, que, ao ser percutida pelo cão com
o sílex, produz faíscas que detonaram a escorva. Por extensão, toda arma com
fecho de sílex. No Brasil, devido à influência francesa, o termo passou a
indicar a espingarda de uso militar no final do século XIX.
Gládio
- espada curta, com lâmina com lâmina mais delgada no forte do que na ponta.
Gorjal
- parte da armadura que protege o pescoço. Posteriormente este nome foi dado a
uma peça de armadura simbólica, em forma de pequena meia-lua, usada como insígnia
de oficiais.
Granada
- antiga designação para o projétil esférico, oco, que se enchia de pólvora
a qual era detonada por uma espoleta de tempo. Usada por obuseiros de artilharia
lisa Atualmente, todos os projéteis explosivos de artilharia raiada são
chamados de granadas.
Granada
de iluminação - granada cuja carga, ao invés de ser de material explosivo, é
composta por substâncias que produzem iluminação no campo de batalha.
Granada
de mão - granada de pequeno porte. São divididas, basicamente, em dois tipos:
defensivas e ofensivas. As primeiras geram maior número de estilhaços em um
raio maior de ação, enquanto as outras, com efeitos de menor alcance, podem
ser arremessadas por um atacante, sem que seus efeitos o ameacem. Pode ser usada
manualmente ou por meio de um fuzil.
Granada
de trincheira - Até o início do século XX, indicava uma granada esférica
muito pesada, a ponto de não poder ser atirada com a mão e que se deixava
rolar muro abaixo em fortificações. Hoje em dia é o mesmo que granada de mão
defensiva.
Granada
Fulmígena - granada de artilharia carregada com produtos químicos para
produzir fumaça ou gases tóxicos. Também chamada de granada de fumaça.
Greva
- parte da armadura que protege a perna entre o joelho e o tornozelo.
Gribevaul
(sistema) - sistema de fabricação de bocas de fogo, introduzido em 1765 na
França, tendo em vista a diminuir o peso dos canhões e padronizar o material
de artilharia daquele país. Algumas das modificações introduzidas por
Gribevaul tornaram padrão em todos maiores exércitos do século XIX como pode
ser deduzido de manuais de época.
Guarnições
- (no plural) diferentes peças de metal que reúnem, reforçam e preservam as
diversas peças da arma de fogo.
Iatagã
- tipo de sabre curto, com lâmina
em dupla curva, usado por povos orientais. Por extensão, toda a arma de dupla
curva.
Ivirapema
- maça ou tacape indígena, usado em rituais antropofágicos.
Lança
- arma de haste ou arremesso composta de uma haste de madeira ou metal,
terminada em ponta perfurante de madeira, osso, pedra ou metal.
La
Hitte (sistema) - sistema de colocação de raias
em canhões, inventado por Treuille de Beaulieu. Experimentado numa
escola de artilharia dirigida pelo general La Hitte recebeu incorretamente no
Brasil o nome de sistema La Hitte. Consistia na brocagem, em canhões de
antecarga, de seis raias profundas
na alma . O travamento do projétil
se dava por meio de botões de metal macio presos no projétil e que se
encaixavam nas raias.
Lanada
- "Peça de palamenta, constando de haste que tem uma das extremidades
envolta em pele de ovelha com a lã para fora e com qual se faz a limpeza da
alma do canhão ou a refresca".
Lança
rojão - o mesmo que bazuca. Arma composta de um cano leve, no qual se coloca um
foguete (rojão), na ponta do qual há um granada. Por este ser autopropulsado,
a arma não tem recuo, podendo ser usada do ombro de um homem a pé.
Lanterneta
- tipo de metralha feito de balins
de chumbo ou ferro colocados em uma caixa metálica, de formato cilíndrico,
que se desfazia no momento do disparo, espalhando os balins.
Lavadouro
- acessório de armaria, o mesmo que porta-pano.
Libra
- o mesmo que arrátel. Unidade arcaica de peso, equivalente em Portugal a
459,05 gramas.
Lisa
- diz-se da peça de artilharia que não tem raias .
Maça
- bastão curto, de madeira ou metal, com uma das extremidades mais grossas,
usado como arma de choque. Ver clava.
Machada
- machado pequeno de cabo curto, Machado largo usado também como arma.
Machadinha
- pequeno machado.
Machadinha
de abordagem - pequeno machado usado pelos artilheiros dos navios a vela para o
serviço das peças, cortar cabos e ganchos de abordagem e no combate corpo a
corpo.
Machado
de guerra - arma que normalmente tendo uma lâmina mais larga e cabo mais curto
que o machado comum.
Machado
de sapador - machado grande e pesado usado por soldados escolhidos ou por tropas
de engenheiros, para executar trabalhos de sapa, destruir fortificações ou
para o combate corpo a corpo. Posteriormente, no Brasil, transformou-se em insígnia,
perdendo sua função utilitária.
Manopla
- luva de ferro que fazia parte das antigas armaduras. O mesmo que guante.
Máquina
de guerra - termo arcaico, que designava as armas, de fogo ou não, que só
podiam ser usadas por um grupo de homens, devido ao seu peso.
Marcas
de banco de prova - gravações feitas nas bocas-de-fogo para indicar sua aceitação
para o serviço, variavam de acordo com o país.
Marcas
de peso - marcas colocadas nas bocas-de-fogo para indicar seu peso. Até a
introdução do sistema métrico decimal, eram marcadas as libras
que a peça pesava ou, mais usualmente o peso era inscrito na seguinte
forma: "25-3-4", indicando a peça ter 25 quintais, 3 arrobas e 4
libras, ou seja, 1514,85 quilogramas (no caso de um canhão português).
Martelo
de guerra - espécie de maça, com um travessão perpendicular a extremidade da
haste, terminando este em ponta, gancho, bico ou chapa, semelhante a um martelo.
Mecha - o mesmo que morrão. Pavio de fios torcidos, embebidos em produtos químicos que faziam com que o mesmo queimasse lentamente. Sua ponta, em brasa, era aplicada ao ouvido de armas para as disparar. Por extensão, todas as armas de fogo portáteis que usavam o morrão eram chamadas "de mecha".
Metralha
- "projétil composto de balins de chumbo, pedaços de ferro, de forma e
tamanhos irregulares, pregos, etc (...) Dá-se este nome às próprias balas ou
biscainhas com que se carregam os canhões".
Metralhadora
(máquina) - Arma de fogo longa que, aproveitando a expansão dos gases ou da
força do recuo, realiza automaticamente o processo de alimentação de um
cartucho na câmara, a detonação do mesmo e a sua ejeção. Antigamente as
armas que usavam da força manual para realizar esse ciclo eram chamadas de
metralhadoras, sendo estas conhecidas hoje como metralhadoras mecânicas.
Metralhadora
antiaérea - metralhadora equipada de reparo antiáereo.
Metralhadora de mão - metralhadora de desenho mais simples e leve, normalmente menor do que um fuzil, destinada a ser usada por um só homem. Normalmente usa cartucho de pistola.
Metralhadora
leve - metralhadora portátil, equipada com bipé. Normalmente pesa menos de 15
kg.
Metralhadora
mecânica - arma de fogo de repetição, capaz de múltiplos tiros por minuto,
onde o carregamento, disparo e ejeção dos cartuchos não era feito pela dos
gases da detonação dos cartuchos, mas sim pela ação humana ou de um motor.
Metralhadora
pesada - metralhadora equipada com reparo de tripé ou fixo. Tem mecanismos de
refrigeração, ou canos mais resistentes, que permitem manter uma elevada cadência
de fogo por períodos longos.
Metralhadora
portátil - todas as metralhadoras construídas de forma a serem transportadas
por um homem ou animal, sem necessidade de desmonte.
Mina
- Engenho de guerra empregado em terra e mar, consistindo de uma carga explosiva
dissimulada, enterrada, pendurada, flutuante ou submarina - esta última
ancorada ou livre, que detona por ação mecânica, de tempo, magnética, por
percussão ou por comando elétrico. Até o século XIX, o termo designava
escavações cheias de explosivos feitas por atacantes por baixo de muralhas de
fortes, para derrubá-los.
Mina
aquática - mina usada para danificar ou afundar embarcações. Existem diversos
tipos: de fundo, de ancoragem ou de deriva; de detonação mecânica, elétrica,
sonora ou magnética; automática ou de comando. No século passado também eram
conhecidas como "torpedos", porém essa denominação caiu em uso no
Brasil após c. 1880.
Mina
terrestre - artefato explosivo usado para matar, ferir ou incapacitar indivíduos
ou veículos terrestres. As minas normalmente são enterradas e existem em dois
tipos básicos: anti-pessoal, reguladas para explodir com pressões leves; e
anti-carro, reguladas para detonar com pressões maiores do tipo causado por uma
viatura. Um tipo menos comum de mina é aquela que é usada na superfície, com
campo de fogo controlado, para proteção de vias de acesso.
Misericórdia
- punhal que os cavaleiros traziam do lado direto do cinto e que usavam no
combate corpo a corpo para penetrar as juntas de uma armadura ou para matar um
adversário derrubado, a menos que este pedisse misericórdia. Posteriormente
passou a ser um acessório de esgrima com Rapieiras, sendo usada na mão
esquerda. Este punhal também é conhecido como punhal de mão esquerda ou
simplesmente como mão esquerda.
Morrão - o mesmo que mecha (ver).
Morrião
- capacete sem viseira, com uma cimeira alta e orelheiras.
Morteiro
- na artilharia lisa "boca-de-fogo curta e de grosso calibre, lembrando a
forma do almofariz ou gral, que atira por elevação bombas e granadas(...). O
tiro do morteiro se denomina de alta trajetória". Atualmente o morteiro é
uma boca-de-fogo usada para disparar granadas em ângulos sempre superiores a 45º.
Mosquetão
- termo que no Brasil indica a arma de fogo longa, menor que a carabina, e que
era usada pelos soldados de cavalaria e artilharia. Dispunha de baionetas. Após
o início do século XX, as clavinas passaram a ser chamadas de mosquetões.
Mosquete
- arma de fogo semelhante a espingarda, porém muito mais pesada e de maior
calibre. Por isso precisa de um apoio, geralmente uma forquilha, para ser usada.
Munição
- "provisões de tudo que é necessário a um exército ou praça de
guerra, como víveres, projéteis, armas portáteis, pólvora, cartuchos,
ferramentas diversas, etc." Atualmente se entende como os elementos descartáveis
que servem para o disparo de uma arma.
Muralha
- "Muro de praça fortificada, recinto de fortaleza. Quando se fala de
muralha de uma praça se não trata de obras exteriores, se entendendo recinto
contínuo, porém, no plural muralhas, abrange todas as obras, tanto interiores
como exteriores".
Obuseiro
- "boca-de-fogo mais comprida do que o morteiro e mais curta do que o canhão,
tendo os munhões quase a meio. Seus projéteis são a granada e a
metralha". Seu tiro é caracterizado por uma trajetória curva, em oposição
a trajetória mais tensa do canhão. Também conhecido como obus.
Padrão
Gribevaul - o mesmo que sistema Gribevaul .
Paixhans
(canhão) - peça de artilharia feita de acordo com o sistema Paixhans.
Paixhans
(sistema) - tipo de canhão inventado por Paixhans e adotado na França em 1837,
tendo uma câmara e paredes do tubo
finas, disparando projéteis ocos e sólidos em trajetórias tensas, reunindo as
vantagens dos canhões e obuseiros. Também conhecidos como canhões-obuses.
Pala
de boldrié - alça de couro ou metal que, presa ao boldrié, ao talim ou ao
cinto, serve para suspender uma arma.
Palamenta
- "Todo conjunto de aparelhos acessórios necessários ao serviço do canhão".
Palanqueta
- projétil de artilharia lisa composto de dois hemisférios ou cilindros,
ligados por uma trave de ferro, rígida ou móvel, e que era usado contra o
velame de embarcações.
Partazana
- arma de haste terminada em ponta, atravessada perpendicularmente por um ferro
em forma de meia lua, com gume em direção a ponta. Usada pela infantaria nos séculos
XIII a XVII e, a partir dessa data, por oficiais, como insígnia de posto.
Peça
- "em artilharia nome genérico de toda boca-de-fogo, também designando o
conjunto da boca-de-fogo e reparo". Por ser a boca-de-fogo mais comum, no
Brasil, se usava o termo peça para designar o canhão.
Peça
de artilharia - o mesmo que peça .
Peça
de batalhão - peça de artilharia lisa , leve e curta (17 calibres
ou menos), feita para acompanhar a marcha dos batalhões de infantaria,
aos quais ficava adida.
Peça
de desembarque - peça de artilharia, leve e de pequeno calibre, que servia para
acompanhar tropas navais quando desembarcavam em combate. Semelhante a peça de
batalhão .
Peça
de montanha - tipo de boca-de-fogo bem mais leve que a peça de campanha e na
qual o reparo (e as vezes o próprio tubo) pode ser dividido em cargas menores
para o transporte no dorso de animais.
Peça
de regimento - o mesmo que peça de batalhão .
Peça
de rodízio - o mesmo que rodízio . Canhão para ser empregado em rodízio.
Pedreiro
- "canhão antigo, curto, que a princípio lançava grandes projéteis que
eram pedras (...) também se chama de peça pedreira", ou ainda - Canhão-pedreiro.
A partir do final do século XVII pedreiro passou a ser um tipo de morteiro,
leve, destinado a disparar pedras soltas contra fortificações.
Peixeira
- termo regional do nordeste brasileiro para um tipo de faca longa, de lâmina
triangular, e com gume muito cortante.
Pente
de munição - carregador de munição das armas automáticas ou semiautomáticas,
usada para alimentar as mesmas. Ver carregador de cartuchos.
Pio
de caça - apito ou instrumento que imita o som de uma ave, para atraí-la.
Pique
- arma de guerra composta de uma haste comprida de madeira guarnecida de um
ferro chato e pontiagudo. Inicialmente tinha um grande comprimento, chegando a
ter cerca de cinco metros, porém foi sendo reduzida com o tempo, tornando-se no
espontão.
Pirâmide
- projétil de artilharia lisa, de uso naval ou contra embarcações, composto
de uma série de balins presos a uma estrutura metálica.
Pistola
- arma de fogo portátil, de cano curto, usada com uma só mão, podendo ser de
tiro simples, de repetição, semi-automática ou automática, mas nunca com
tambor ou canos rotativos.
Pistola
metralhadora - o mesmo que metralhadora de mão.
Pólvora
- "assim se denominam todo corpo que, sob uma influência qualquer, como
seja a proximidade de outro corpo em ignição, ou outro meio qualquer, se
decompõem e subitamente produz grande quantidade de gazes".
Pólvora
negra - tipo de pólvora formado pela mistura mecânica de salitre, enxofre e
carvão de madeira em proporções variáveis. Existiam, basicamente, dois
tipos, o polvorim e a pólvora granulada, formada pela grãos mais grossos da
mistura.
Polvorim
- pólvora negra em pó, sem a formação de grãos, sendo muito fina e mais
fraca do que a pólvora granulada.
Polvorinho
- estojo em que se carrega a pólvora ou polvorim para carregar ou escorvar
armas de fogo.
Porrete
- tipo de maça curta com uma das extremidades arredondadas.
Porta-pano
- acessório de armaria composto de uma haste, normalmente metálica, com um
rasgo longitudinal, onde se colocam trapos, para limpeza do cano de uma arma.
Normalmente o porta pano é preso a uma vareta ou a um cordel de limpeza.
Praça
- "espaço, área, fortaleza, lugar fortificado com muro (...) praça de
guerra: cidade, vila ou povoado cingido por obstáculos naturais ou artificiais
dispostos e combinados de modo a defenderem reciprocamente suas guarnições
respectivas, por tempo maior ou menor, do ataque de forças superiores que
procurem toma-la e ocupar o terreno que cobrem; se distinguem das fortalezas em
serem muito mais extensas".
Praça-d'armas
- em fortificações, designa "terreno livre e espaçoso onde se reúne a
guarnição de uma cidade (...) obras no caminho coberto, nos salientes e
reentrantes e paralelas de sítio onde se reúnem tropas, durante um sítio,
para repelir o ataque; parada, lugar de parada ou assembléia".
Pranchada
- peça de ferro, bronze ou chumbo que servia para tapar o ouvido
dos canhões, impedindo a entrada de umidade no seu interior.
Primeiro
Reforço - parte do canhão que vai da moldura do fogão até a moldura do
primeiro reforço.
Projétil
- "do Latim pro, para frente, e jectus, lançado; todo corpo arremessado no
espaço por forte ímpeto; corpo lançado no ar com velocidade e direções tais
que possam atingir a grandes distâncias seres vivos ou obstáculos materiais,
inutilizando-os".
Projétil
oco - tipo de projétil de artilharia com uma câmara onde se coloca uma carga de ruptura, com ou sem balins. A
detonação da carga de ruptura estilhaça o projétil, causando danos pela
concussão, fragmentação ou balins do projétil.
Propelente
- elemento que serve como carga de projeção nas armas de fogo.
Quintais
- Unidade arcaica de peso, equivalente a 58,758 kg.
Raiada
- "que tem raias ou estrias;
oposto de liso".
Raias
- "são caneluras ou estrias abertas na alma dos canhões e armas de fogo,
tendo por fim guiar o projétil ao mesmo tempo que lhes imprimindo movimento de
rotação em torno de seu eixo".
Rapieira
- espada longa e fina usada principalmente em esgrima de ponta.
Ratoeira
- armadilha para capturar ou matar ratos.
Rebrocada
- diz-se da peça de artilharia que, após fundida e utilizada, teve sua alma
alterada por uma nova passagem de uma broca, seja para colocar raias
seja para aumentar-lhe o calibre .
Recuo
- "ato ou efeito de recuar, espaço que o canhão retrocede ao disparar,
movimento de toda a arma de fogo em sentido contrario ao do tiro".
Reduto
- "é um polígono regular ordinariamente e não raro um quadrado (...)
Serve de apoio aos flancos de uma posição". Esta obra defensiva só
defende um flanco.
Reparo
- Suporte de uma arma de fogo, normalmente com dispositivos que permitem dar-lhe
os movimentos necessários a execução da pontaria e, em certos casos,
limitar-lhes o recuo e facilitar-lhes o transporte.
Reparo
a Onofre - tipo de reparo de artilharia de costa composto de um berço
triangular com rodas de pequeno diâmetro, de invenção do construtor do
Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro, Manoel José Onofre, em 1822.
Reparo
de canhão - reparo usado em canhões ou obuseiros.
Reparo
de crinolina - tipo de reparo de artilharia raiada, semelhante ao de pião
central , no qual o eixo onde gira o tubo ou o berço é suportado por uma
estrutura de barras metálicas em forma de cone, semelhante a uma crinolina.
Reparo
de falcas - reparo de artilharia de campanha, praça ou sítio, de rodas de
raios, onde o tubo se apoia em falcas , que vão dos munhões até o solo.
Reparo
de flecha - reparo, normalmente de campanha, onde as falcas são substituídas
por uma trave única (flecha) que vai até o solo.
Reparo
de marinha - tipo de reparo usado em embarcações, até o século XIX, reparo
de quatro rodas usadas em navios e fortes. Também conhecido como carreta.
Reparo
de metralhadora - reparo usado por metralhadoras leves, médias ou pesadas ou
por fuzis-metralhadoras, quando empregados como metralhadoras leves.
Reparo
de patesca - tipo de reparo de fortaleza, no qual as rodas são inteiriças
(patesca).
Reparo
de pião central - tipo de reparo de artilharia onde o berço da peça gira
sobre um eixo central, fixo ao solo.
Reparo
de pivô - reparo fixo, em que o berço oscila em torno de um pivô, podendo
este estar localizado no centro de gravidade do reparo ou na parte dianteira do
mesmo.
Reparo
hidropneumático - reparo de artilharia onde o recuo da peça como um todo é
eliminado, no todo ou parcialmente, pela ação de mecanismos hidráulicos e de
mola existentes no berço, fazendo com que só o tubo recue durante o disparo.
Retrocarga
- "ação ou efeito de carregar pela culatra, em oposição ao antigo, que
era pela boca".
Revólver
- arma de fogo portátil, provida de um mecanismo que tira um tambor ou múltiplos
canos ao redor de um eixos, podendo dar tantos tiros quantos forem as câmaras
do tambor ou canos da arma.
Rodízio
- peça de artilharia colocada em
um reparo que permite a pontaria em um angulo de 360 graus ao redor de um eixo
vertical.
Rodízio
de Proa - pequeno rodízio normalmente
colocado nas proas de embarcações.
Roqueira
- "antiga peça de artilharia que lançava pelouros [projéteis] de
pedra". O mesmo que canhão-pedreiro .
Sabre
- arma branca, reta ou curva, com gume integral em apenas um lado da lâmina,
apesar de poder ter um pequeno trecho com gume nos dois lados da lâmina, na
extremidade da mesma (bisel). O exército brasileiro hoje em dia usa o termo
sabre para designar o sabre-baioneta e o termo espada, para designar os sabres
normais.
Sabre
de abordagem - sabre curto, com guarda fechada para proteger bem a mão, sendo
que o punho e a guarda muitas vezes são feitos de latão ou aço oxidado, para
evitar a corrosão causada pelo sal marinho.
Sabre
de instrução - sabre sem gume e ponta, podendo ser feito de madeira, usado no
treinamento de esgrima militar.
Sabre-baioneta
- pequena faca adaptável à boca de armas de fogo longas e usada para o combate
corpo a corpo. Hoje em dia, o exército brasileiro usa apenas o termo sabre para
designar esta arma.
Sabre-baioneta-iatagã
- sabre baioneta adotado na França em 1842 e que tem uma lâmina semelhante
a de um iatagã. Este tipo de baioneta alcançou grande popularidade,
sendo usado por diversos países.
Saca-balas
- acessório de armaria formado por uma peça metálica, com uma rosca para
prender à vareta e pequenos ganchos na outra extremidade, servindo para remover
balas de armas de carregar pela boca.
Seta
- o mesmo que flecha.
Shrapnel
- tipo de granada cheia de balins e que explode no ar devido a ação de uma
espoleta de tempo, dispersando os
balins contra concentrações de tropa. Inventado no final do século XVIII por
William Shrapnell.
Sílex
- O mesmo que pederneira. Calcedônia misturada com sílica hidratada ou
quartzo, lapidada, usada para fazer faíscas quando percutindo sobre uma peça
metálica, o fuzil.
Sítio
- "é um dos processos regulares ou metódicos de ataque a uma praça
constituindo a chamada guerra de sítio e consta de uma série de operações
e trabalhos de aproxes que o sitiante pratica, sob a proteção de sua
artilharia (...) Artilharia de sítio, trem de bateria, [é a] equipagem
regulamentar montada em veículos e destinada ao ataque de fortaleza; são canhões
pesados e de muito calibre".
Soquete
- "Maço roliço, com cabo, que na artilharia de antecarga serve para calar
a pólvora no canhão, ou no canudo dos foguetes".
Submetralhadora
- o mesmo que metralhadora de mão.
Tacape
- espécie de clava dos índios brasileiros, normalmente tendo uma seção
arredondada ou roliça.
Taco
- peça de madeira, palha ou corda, usada nas bocas de fogo de carregar pela
boca para manter a carga e o projétil na alma servindo, ao mesmo tempo, para
conter um pouco os gazes da detonação.
Talabarte
- alça de couro ou pano, usada presa a um ombro e indo terminar no cinto, onde
prende uma arma branca.
Tapa-boca
- "cilindro de madeira que, introduzido na boca do canhão serve para o
preservar internamente da umidade, poeira, etc.; sendo seguro por uma
coleira". Também conhecido simplesmente como tapa.
Tarugo
- cilindro de madeira ou metal que, introduzido na boca de uma arma de fogo portátil
serve para proteger a alma das intempéries e sujeira.
Terçado
- sabre curto, reto ou com lâmina encurvada, usado por soldados de infantaria
entre os séculos XVII e XIX. Os primeiros sabre baionetas, distribuídos a
infantaria ligeira no Brasil, eram semelhantes aos terçados e, por serem usados
em rifles, eram conhecidos como refles, o termo se estendendo, posteriormente,
para os terçados normais.
Testeira
- peça da barda, armadura do cavalo, destinada a proteger a cabeça do animal.
Torpedo
- Inicialmente, o termo se aplicava às cargas explosivas usadas por pequenas
embarcações contra navios. Posteriormente, passou a ser um engenho explosivo
de forma cilíndrica alongada, autopropulsado ou teleguiado, usado no mar.
Travamento
(nas raias de uma boca-de-fogo) - ação que o projétil sofre para se encaixar
nas raias da alma, permitindo a ação
das mesmas em dar movimento rotativo ao projétil.
Tridente
- arma de haste terminada em três pontas, normalmente empregada na pesca.
Tubo
- em artilharia eqüivale a cano de uma boca-de-fogo.
Tubo
de gás venenoso - artifício pirotécnico destinado a produzir fumaça ou gazes
tóxicos, para desalojar defensores de espaços fechados.
Tubo-alma
- parte mais interior de um cano de boca-de-fogo, quando este é composto por
diversos tubos (ou fretes). Na artilharia fundida é o mesmo que o cano do canhão.
Vara
de visgo - pequeno pedaço de madeira ou bambú, coberto de visgo, para prender
pássaros. Usado como equipamento de caça.
Valiere
(sistema) - sistema de fabricação de bocas de fogo introduzidas na França em
1732, reduzindo o número de calibres e as dimensões das bocas de fogo a um
padrão uniforme.
Vareta
- haste longa, de madeira ou metal, usada no carregamento das armas de fogo de
carregar pela boca ou para limpeza de canos de armas.
Vento
- "em arma de fogo é o espaço que medeia entre o projétil e a parede da
alma ou diferença entre o adarme do cano e o diâmetro do projétil".
Vergueiro
- cabo ou corda grossa que prendia os canhões de navio aos costados do mesmo,
limitando-lhes o recuo.
Whitworth
(sistema) - sistema de raiamento onde a rotação do projétil é dada pelo
ajuste mecânico deste na alma, tendo ambos a seção hexagonal. Usado no Brasil
de 1863 até a década de 1920, em modelos de ante e retrocarga.
Zarabatana
- tubo comprido pelo qual se impelem, com o sopro, setas e pequenos projetis,
usado na caça.